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Editoriais
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Pancadas chavistas
A REPRESSÃO violenta contra
um grupo de jornalistas
que protestava contra as
novas leis educacionais do governo venezuelano é mais uma
mostra de que o projeto "bolivariano" de Hugo Chávez nem
sempre é conduzido apenas a
pancadas simbólicas.
Contra a Lei Orgânica de Educação (LOE), que era votada na
Assembleia Nacional, 25 manifestantes, trabalhadores da cadeia que controla o jornal de
maior circulação nacional, o "Últimas Notícias", distribuíam
panfletos quando foram atacados por militantes chavistas com
socos e porretes em Caracas. Um
repórter foi golpeado com um taco de beisebol e sofreu politraumatismo. Ao todo, 12 jornalistas
ficaram feridos.
A agressividade da LOE não é
menos expressiva. Um dos artigos da lei, aprovada na madrugada de sexta-feira, diz que dirigentes dos meios de comunicação
"estão obrigados a dar sua cooperação na tarefa educativa e a
ajustar a sua programação para o
sucesso dos fins e objetivos consagrados na Constituição e na
lei". Também proíbe a publicação de informações que "produzam terror nas crianças".
Para o ministro da Educação
venezuelano, Héctor Navarro, o
artigo apenas prevê uma "vacina" aos estudantes contra a manipulação de informações nos
meios de comunicação. A análise
do noticiário fará parte do currículo, e as escolas serão fiscalizadas por organizações chavistas.
A nova lei ainda diminui a autonomia das universidades federais, redutos de oposição ao chavismo, e impõe um controle central das carreiras universitárias.
A norma se segue a sucessivas
interdições de emissoras de rádio, além do fechamento do canal opositor RCTV, em 2007.
Após violento ataque de chavistas à emissora de TV Globovisión, no início do mês, a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos enviou ao governo
uma carta manifestando "profunda preocupação" com a liberdade de expressão no país.
Chávez respondeu que quem
quer "liberdade ilimitada" deve
"ir para a selva, como Tarzã". Ou
como as Farc, a narcoguerrilha
colombiana cuja atuação homicida e golpista é louvada pela
propaganda chavista.
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