São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

CDES
"Para esclarecer a nota "Dúvida cruel" ("Painel", Brasil, pág. A4, 15/9), informo que as atividades do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) são totalmente diferentes das desempenhadas pelo Conselho Monetário Nacional, mesmo no caso de ampliação de sua composição. Vale lembrar que o CDES foi criado pelo presidente Lula em 2003, integrado por empresários, por dirigentes sindicais e por personalidades da sociedade civil como espaço do diálogo social entre o governo e a sociedade para o seu aconselhamento. Hoje, o CDES está voltado à construção de uma agenda nacional de desenvolvimento. Nesse rumo, já realizou plenárias sobre as políticas industrial, macroeconômica (em que abordou o crescimento sustentado), energética e de desenvolvimento regional, além de mesa-redonda internacional com especialistas e fórum sobre a dimensão social da globalização. Também realizou colóquios sobre habitação e licenciamento ambiental. O Conselho contribuiu com sugestões para as reformas da Previdência Social, tributária, trabalhista e sindical, além de ter colaborado com os projetos de política industrial, de Parcerias Público-Privadas e do Brasil em Três Tempos, entre outras. Portanto não são atividades similares, pois o funcionamento do CDES favorece o diálogo organizado entre componentes da sociedade sobre quase todas as questões que estão na ordem do dia."
Sonia Carneiro, assessora de Comunicação Social do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Brasília, DF)

Convenções culturais
"A página E4 da Ilustrada de ontem ofereceu-me um bom material para reflexão. No alto da página, o texto "Governo veta "demônio" de manhã na Globo" mostra o veto (mais um) do Ministério da Justiça a uma série de desenhos japoneses considerada exageradamente violenta. Imediatamente abaixo, Esther Hamburger exalta o fato de que a TV japonesa não transmite imagens dos ataques terroristas, o que é visto como antídoto contra a banalização da violência na telinha ("Violência é perversamente traduzida na TV'). E aí? Como ficam as tais "convenções culturais'? Quem é mais violento, o Ocidente ou o Oriente? Ou tal questão só é colocada pelos nossos próprios estereótipos e invenções culturais sobre um "certo Oriente'?"
James William Goodwin Júnior (Belo Horizonte, MG)

Espírito olímpico
"Em relação à nota "Anjo", publicada ontem no "Painel do Leitor", sugiro ao sr. Nuzman (a quem admiro) que desista da idéia de insistir na medalha de ouro para o nosso bravo Vanderlei, já merecidamente homenageado com a maior das medalhas olímpicas (e por isso tão rara), que é a medalha "Barão de Coubertin". Essa é a síntese do espírito olímpico. Tal gesto do presidente do COB representaria verdadeiramente o sentido maior do ideal olímpico moderno."
Sérgio Coutinho (Belo Horizonte, MG)

Colunismo político
"Li o artigo do senhor José Genoino ("Colunismo político e julgamento moral", "Tendências/Debates", pág. A3, 13/9) e cumprimento a Folha pelo espaço dado a quem se sentiu atingido. Concordo com as colocações do senhor Genoino e, mesmo não sendo do PT, tenho de reconhecer que os articulistas da Folha, em sua grande maioria, têm demonstrado uma tal virulência que tem prejudicado o conceito adquirido pelo jornal ao longo da história. A continuar assim, dentro de dois anos será impossível ver a Folha como um jornal de respeito."
Aroldo Braga (São Paulo, SP)

Pântano
"Minha geração lutou para a construção de um país mais justo e ético, com políticos coerentes e com cidadãos cultos e informados. Sou brasileiro, não desisto nunca. Minha única dúvida é se devo mudar para o Canadá ou para a Austrália. O ufanismo nunca construiu uma nação séria e desenvolvida. Tanto é assim que um dos livros mais vendidos nos Estados Unidos se chama "O país dos idiotas". E, na França, um best-seller fala da "decadência da França". Se os Estados Unidos são "um país de idiotas" e se a França está "em decadência", será que nossos gênios estão no caminho certo com tanto ufanismo? Eles deveriam é ler mais alguns dos colunistas da Folha, verdadeiros canudinhos de ar para que se possa respirar em um pântano de mediocridade."
Wilson Tadeu Tede Silva (São Paulo, SP)

300
"Há um certo tempo, quando Lula ainda não era presidente, ao referir-se ao Congresso, afirmou que lá havia, mais ou menos, 300 "picaretas". Eleito presidente, além dos partidos que já o apoiavam, fez alianças com outras legendas, onde provavelmente podem estar os tais "picaretas". Após buscar o apoio de Paulo Maluf, de José Sarney e, mais recentemente, de Antonio Carlos Magalhães, tidos e havidos como os mais retrógrados políticos brasileiros, pergunto quem, afinal, é "picareta"."
Adair Moreira (São Paulo, SP)

Caminhar pelas ruas
"O governo Lula parece querer ressuscitar antigos aliados do conservadorismo político após o jantar concedido a inimigos históricos da bancada petista. Os últimos defensores do governo que conheço, visivelmente constrangidos, mudam de calçada sempre que alguém se aproxima para discutir as contradições do governo Lula, subserviente agora às leis do mercado e à lógica globalizante, que exclui não as minorias, mas as "minoridades", como dizia o saudoso geógrafo Milton Santos. Lula deveria caminhar pelas ruas para sentir o cheiro do povo."
Everi Rudinei Carrara (Araçatuba, SP)


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