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SERGIO COSTA
O processo eleitoreiro
RIO DE JANEIRO - A definição de
apoios no segundo turno mais complica do que explica ao eleitor as relações políticas dos candidatos. É a eleição do carioca doidão, em que a
oposição a Lula no campo nacional-local se dá pela esquerda de quem
deveria estar à sua direita. Aqui, o
confronto é entre Fernando Gabeira, ex-PT, aliado ao PSDB, contra
Eduardo Paes, ex-PSDB, aliado ao
PT. Entendeu? Nem eu.
Lula mostrou a cara no programa
de um desafeto explícito. O sanduíche de mãos Cabral-Lula-Paes na
divulgação do forçado "um-por-todos-todos-por-um" é o retrato da
barafunda. Não dá para entender
quem pega na mão de quem -só
quem beija. Ficaram mal na foto.
Não é só Lula quem vem para
confundir eleitores mais ideológicos com seu pragmatismo na eleição do Rio. Do lado Gabeira desta
peleja, os honoráveis Oscar Niemeyer e Marina Silva declaram voto ao
lado do ex-governador Marcello
Alencar, filhos e pupilos que os cariocas conhecem muito bem.
Do lado Paes, a comunista Jandira Feghali cruza os braços de seus
eleitores fiéis com os fiéis do evangélico Marcelo Crivella. Jesus!
O futuro ex-prefeito Cesar Maia
(DEM) é Gabeira. O ex-governador,
do PMDB, Anthony Garotinho é
versus o correligionário Cabral (e
Paes, por tabela). Deve ter sido o
próprio demo quem tramou essa.
O ministro dos coletes, Carlos
Minc, na contramão de sua história
e afinidade verdes, deixa Gabeira e
engole o sapo de sua contradição.
O PDT se dividiu. Parte segue o
patrão Lupi com Paes. Outra aposta
no verde: o prefeito eleito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, e Miro
Teixeira. Faltou Brizola na festa.
Nesta salada, só não deu para entender quem de fato vai fazer parte
da administração do eleito e como.
É tempo de saber. Afinal, nada do
que foi mostrado -ou escondido-
até agora sairá de graça. Nunca sai.
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