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ELIANE CANTANHÊDE
Transponder ligado
BRASÍLIA - Agora é líquido e certo: Lula vai trocar o comandante da
Aeronáutica no segundo mandato,
não porque haja algo contra ele,
mas porque o brigadeiro Luiz Carlos Bueno já está no posto há quatro
anos, se diz cansado e quer morar
tranquilamente no Rio. Com FHC,
foram pelo menos quatro ministros/comandantes em oito anos.
Os nomes para a vaga são os mais
óbvios, por critério de antiguidade:
os brigadeiros Junite Saito, chefe
do Estado-Maior da Aeronáutica,
cotado também para o STM (Superior Tribunal Militar) em 2007, e
William de Barros, comandante-geral de Operações Aéreas. O terceiro na lista é José Américo, chefe
do Estado-Maior da Defesa, candidato único à vaga do STM de 2008.
A intenção de Lula é trocar também os comandantes do Exército,
general Francisco Albuquerque, e
da Marinha, almirante Roberto
Guimarães Carvalho, pelo mesmo
motivo. Nada contra eles, tudo pela
"renovação natural". Os candidatos
são Renato César Tibau da Costa,
para o Exército, e Euclides Duncan
Janot de Matos, para a Marinha.
São os "nomes da vez" e não criariam desconfianças.
Apesar de problemas nada fáceis
na área militar, como a queda do
primeiro ministro da Defesa, a nota
do Exército defendendo a ditadura
militar e o "apagão aéreo", que persiste, Lula não trocou abruptamente generais, almirantes e brigadeiros. Foi prudente.
A dúvida, agora, é sobre a permanência de Waldir Pires na Defesa.
Ele tem perfil, cara e até voz de apaziguador, mas está no meio de um
vendaval, causado pelo maior acidente da história da aviação civil
brasileira e alimentado pela operação-padrão nos controles de vôo.
Certo é que as Forças nunca engoliram bem a Defesa, apesar das
frases de efeito em contrário. Como
é certo que Aeronáutica e Pires estão em rota de colisão tanto quanto
o Legacy e o Boeing da Gol. Lula é o
transponder. Deve estar ligado.
elianec@uol.com.br
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