São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010 |
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KENNETH MAXWELL Gays É bom ver que os gays brasileiros agora podem incluir o nome de um companheiro do mesmo sexo com quem mantenham relacionamento estável em suas declarações de renda de 2011, e que os benefícios da Previdência Social também serão estendidos aos parceiros homossexuais. O Brasil, uma vez mais, traz uma solução prática para o perene problema da discriminação. O Reino Unido também avançou bastante. Nesta semana, Elton John, que vendeu mais de 250 milhões de discos em sua carreira e é um dos mais bem-sucedidos músicos de todos os tempos, cantou uma canção de amor para seu parceiro, o canadense David Furnish, ao final de um programa biográfico de TV. Em 1994, ele foi sagrado cavaleiro pela rainha Elizabeth 2ª. Já do outro lado do Atlântico, a guerra cultural não terminou. John McCain, candidato republicano na eleição presidencial passada e recentemente reeleito senador pelo Arizona, bloqueou o projeto de lei que derrubaria a notória norma que impede que as Forças Armadas perguntem sobre a orientação sexual de seus integrantes e permite que eles não a revelem. Isso a despeito do apoio a mudanças do secretário da Defesa, Robert Gates, e do chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas, almirante Mike Mullen. Mas a opinião pública está muito adiante dos políticos. Recente pesquisa do "Washington Post" e da rede ABC mostra que 80% dos norte-americanos são a favor do fim da proibição de gays nas Forças Armadas. E a velha Smithsonian Institution cedeu quando surgiram críticas à sua exposição sobre "diferença sexual na arte do retrato norte-americana". O deputado John Boehner, que assumirá a presidência da Câmara em janeiro, se queixou de vídeo em que um pequeno crucifixo recoberto de formigas representava desperdício do dinheiro dos contribuintes, ainda que a maior parte das verbas da exposição viesse de fontes privadas. O objeto foi removido. Mas Boehner e McCain não estão sozinhos. No Reino Unido, os proprietários de um pequeno hotel em Marazion, perto de Penzance, se recusaram a acomodar dois homens que vivem em união civil com a alegação de que não permitem que hóspedes não casados dividam quartos. Martyn Hall e Steven Preddy, com apoio da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, estão solicitando indenização de 5.000 pelas normas de igualdade quanto à orientação sexual. Sepp Blatter, 74, presidente da Fifa, disse que os torcedores gays de futebol deveriam "se abster de qualquer atividade sexual" durante a Copa do Mundo de 2022, no Catar, onde a homossexualidade é ilegal. John Amaechi, astro gay do basquete, acusou Blatter de "ignorância épica". KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna. Tradução de PAULO MIGLIACCI Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Salão dos românticos Próximo Texto: TENDÊNCIAS/DEBATES Paulo Skaf: Desafio para estadistas Índice | Comunicar Erros |
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