São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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O FIM DA PÓLIO

Merece todo apoio a iniciativa lançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para erradicar a poliomielite do planeta antes do final do ano. De acordo com epidemiologistas da instituição, o mundo tem diante de si a melhor oportunidade para conseguir acabar com a doença. Se não o fizer agora, poderá voltar a ter problemas com a pólio.
O plano prevê múltiplas campanhas de vacinação ao longo dos próximos meses nos seis países onde a doença ainda é endêmica (Afeganistão, Índia, Egito, Níger, Nigéria e Paquistão). Mais de 250 milhões de crianças precisam ser vacinadas.
A OMS lançou em 1988 sua campanha para a erradicação da pólio. Foram investidos US$ 3 bilhões em campanhas em todo o mundo. A meta era acabar com a doença em 2000, o que não ocorreu. De todo modo, em 88, ela atingia 125 países. Houve 350 mil casos da moléstia naquele ano. Em 2003, registraram-se cerca de 700 casos em pouco mais de dez países. Mais importante, mesmo nas nações em que a pólio é endêmica, o vírus parece estar restrito a alguns bolsões localizados.
Se essa oportunidade não for aproveitada, poderá haver retrocessos globais. É o que mostra o caso da Nigéria, onde rumores infundados contra a vacina circularam no norte do país. Afirmava-se que ela causaria infertilidade. Com isso, muitos pais deixaram de vacinar seus filhos e a doença atingiu países de onde já havia sido eliminada. São eles: Camarões, Tchad, Benin, Burkina Faso, Gana e Togo.
Seria de fato lamentável se, tão perto do objetivo de acabar com uma moléstia que já causou tanto mal à humanidade, tivéssemos de amargar um recuo. É preciso aproveitar o fato de que o vírus está cercado para aniquilá-lo de uma vez por todas.


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