São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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BUSH EM CRISE

Poucos meses atrás, eram vários os analistas a apontar -precipitadamente, diga-se- o presidente George W. Bush como candidato quase imbatível à reeleição. Agora a situação é exatamente a inversa. Bush aparece em baixa nas pesquisas e já há quem -também apressadamente- o considere desde já derrotado.
O presidente de fato enfrenta dificuldades. Para quem já gozou de índices de popularidade superiores a 90% é desalentador amargar magros 51%, de acordo com pesquisa "The Washington Post"/ ABC divulgada na semana passada.
Aparentemente, o principal problema a corroer a imagem de Bush é o Iraque. De acordo com a sondagem, 54% acham que o presidente deliberadamente exagerou os dados disponíveis sobre as armas de destruição em massa que foram usadas como pretexto para a iniciar a guerra. Embora mesmo alguns dos entrevistados não percebam, "exagerar deliberadamente" é um eufemismo para mentir. Parcela considerável dos norte-americanos acha, portanto, que Bush mentiu sobre o Iraque.
No "front" doméstico, o mercado de trabalho não dá sinais consistentes de melhora, apesar da recuperação econômica. E mesmo nas fileiras conservadoras cresce o descontentamento com o déficit público.
Para temperar tudo isso, volta-se a questionar o passado militar do presidente. Surge agora a denúncia de que ele não cumpriu integralmente o serviço militar na década de 70, em plena Guerra do Vietnã.
Tudo isso e mais alguns outros episódios podem dar a impressão de que, se Bush vencer, terá realizado um milagre. Não é exatamente assim. Apesar do momento difícil, o presidente tem trunfos. Conta com a máquina do governo (foram poucos os presidentes que não conquistaram a reeleição) e já arrecadou US$ 200 milhões para a campanha. E ainda não começou a gastar.


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