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BUSH EM CRISE
Poucos meses atrás, eram vários os analistas a apontar
-precipitadamente, diga-se- o
presidente George W. Bush como
candidato quase imbatível à reeleição. Agora a situação é exatamente a
inversa. Bush aparece em baixa nas
pesquisas e já há quem -também
apressadamente- o considere desde já derrotado.
O presidente de fato enfrenta dificuldades. Para quem já gozou de índices de popularidade superiores a
90% é desalentador amargar magros
51%, de acordo com pesquisa "The
Washington Post"/ ABC divulgada
na semana passada.
Aparentemente, o principal problema a corroer a imagem de Bush é o
Iraque. De acordo com a sondagem,
54% acham que o presidente deliberadamente exagerou os dados disponíveis sobre as armas de destruição
em massa que foram usadas como
pretexto para a iniciar a guerra. Embora mesmo alguns dos entrevistados não percebam, "exagerar deliberadamente" é um eufemismo para
mentir. Parcela considerável dos norte-americanos acha, portanto, que
Bush mentiu sobre o Iraque.
No "front" doméstico, o mercado
de trabalho não dá sinais consistentes de melhora, apesar da recuperação econômica. E mesmo nas fileiras
conservadoras cresce o descontentamento com o déficit público.
Para temperar tudo isso, volta-se a
questionar o passado militar do presidente. Surge agora a denúncia de
que ele não cumpriu integralmente o
serviço militar na década de 70, em
plena Guerra do Vietnã.
Tudo isso e mais alguns outros episódios podem dar a impressão de
que, se Bush vencer, terá realizado
um milagre. Não é exatamente assim. Apesar do momento difícil, o
presidente tem trunfos. Conta com a
máquina do governo (foram poucos
os presidentes que não conquistaram a reeleição) e já arrecadou US$
200 milhões para a campanha. E ainda não começou a gastar.
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