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Editoriais
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A favor dos passageiros
O TRANSPORTE aéreo no Brasil consegue ser ao mesmo
tempo elitista e de má
qualidade. Embora as estatísticas indiquem aumentos constantes no número de passageiros, a grande maioria da população jamais viajou de avião. E
aqueles em condições de pagar
pelo serviço enfrentam transtornos em aeroportos -e, não raro,
desconforto a bordo.
Por isso merecem elogios as
novas regras da Agência Nacional de Aviação Civil que ampliam
os deveres das companhias em
relação ao consumidor.
É o caso da resolução que impõe limites ao tempo de espera
por voos atrasados. Se a demora
for superior a 30 minutos, o passageiro terá direito de ser embarcado no próximo horário previsto da empresa. Se houver cancelamento de voo, o cliente poderá
optar entre a devolução imediata
do dinheiro ou a reacomodação
em outro avião, mesmo que de
companhia diferente.
Outra medida, que permite
melhores condições de escolha
aos passageiros, é a obrigatoriedade da divulgação do espaço entre as poltronas -muitas vezes
de uma exiguidade exasperante.
São boas iniciativas, que precisam ser complementadas com
estímulos à competição. O quase
duopólio existente no setor traduz-se em desvantagens para o
consumidor tanto no valor das
tarifas quanto na qualidade dos
serviços prestados.
As regras de distribuição de
"slots" -vagas para pouso e decolagem em determinados horários- são por demais concentradoras. Pelas normas atuais, 80%
das novas vagas abertas em um
aeroporto devem ser reservadas
para as empresas que já atuam
no local. A Anac anuncia que fará
consultas públicas para mudar o
modelo -o que facilitaria a entrada de novas companhias e aumentaria a concorrência.
É de esperar que a agência
aproveite este oportuno surto
regulatório para colocar o quanto antes o tema em debate.
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