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EDUCAÇÃO E POBREZA
O início do cadastramento nos
programas Renda Mínima,
Bolsa-Trabalho e Começar de Novo,
todos da Prefeitura de São Paulo, indicou que a maioria dos 31 mil interessados tem mais de cinco anos de
escolaridade. Serão concedidos cerca
de 10 mil benefícios.
O secretário municipal do Trabalho, Márcio Pochmann, afirmou que
esse dado indica que mudou o perfil
da pobreza no país. Nesse sentido,
Pochmann mostrou especial preocupação com o aumento do número
dos chamados "novos pobres", que
são jovens de 16 a 20 anos, com mais
de oito anos de escolaridade e sem
perspectiva de trabalho.
O acesso à educação é um princípio
de cidadania antes mesmo de ser um
requisito de competitividade numa
economia cada vez mais aberta à
competição. Nesse sentido, é uma
boa notícia identificar que, ao menos
em uma região mais rica como São
Paulo, uma faixa de população mais
pobre tem tido maior acesso ao ensino, ainda que seja questionável a
qualidade da educação adquirida.
Muitos especialistas costumam
destacar que, entre a população mais
pobre, têm maior nível de renda
aqueles que tiveram mais anos de escolaridade. Esse é um resultado frequentemente obtido por análises estatísticas sobre a renda.
No entanto, o que os dados da cidade de São Paulo parecem mostrar é
que tal resultado tende a se modificar
quando cresce o nível geral de escolaridade da população, ou seja, quando ter educação básica deixa de ser
um diferencial em relação à maioria
das pessoas.
Do ponto de vista de políticas públicas, essa mudança não significa
que a educação deva deixar de ser
prioridade. Significa somente que
melhorar a educação não é suficiente. É também preciso que haja crescimento econômico. Só assim serão
criadas oportunidades de trabalho
para uma população com maior nível de escolaridade.
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