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DESIGUALDADE DE GÊNERO
Não é nada animador para o
Brasil o resultado do estudo
que mede a desigualdade entre homens e mulheres realizado pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo
os responsáveis, a avaliação, divulgada ontem, foi elaborada levando em
conta os cinco quesitos estabelecidos pelo Unifem (Fundo das Nações
Unidas para as Mulheres) para medir
a desigualdade entre os gêneros.
Os fatores considerados foram a
participação econômica de homens
e mulheres (mesma remuneração
por trabalhos iguais), o acesso da
mulher a empregos não-restritos à
baixa remuneração, a presença de representantes do sexo feminino em
cargos decisórios e o acesso à educação e a serviços de saúde.
Num ranking de 58 países, o Brasil
ficou na 51ª posição, à frente de sete
nações. A marca brasileira foi a pior
de toda a América do Sul e é superada
até mesmo por Estados notoriamente menos desenvolvidos, como Bangladesh, na Ásia, que ocupou o 39º
lugar no levantamento.
Infelizmente, é preciso reconhecer
que, por piores que sejam, esses resultados não causam surpresa. A
acentuada desigualdade entre homens e mulheres no Brasil tem sido
constatada por diversos estudos.
Exemplo disso é a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre emprego, realizada
no início do ano, segundo a qual, em
média, o rendimento de mulheres
com 11 anos de estudo alcança apenas 58,6% do que um homem, nas
mesmas condições, ganharia.
Apesar de alguns avanços, o fim da
discriminação por gênero ainda é
um objetivo longínquo no país. Trata-se de uma realidade econômica e
cultural com raízes históricas e que,
por isso mesmo, precisaria ser enfrentada com mais determinação pelas instâncias governamentais e sociais capazes de induzir a mudanças.
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