São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2005

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DESIGUALDADE DE GÊNERO

Não é nada animador para o Brasil o resultado do estudo que mede a desigualdade entre homens e mulheres realizado pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo os responsáveis, a avaliação, divulgada ontem, foi elaborada levando em conta os cinco quesitos estabelecidos pelo Unifem (Fundo das Nações Unidas para as Mulheres) para medir a desigualdade entre os gêneros.
Os fatores considerados foram a participação econômica de homens e mulheres (mesma remuneração por trabalhos iguais), o acesso da mulher a empregos não-restritos à baixa remuneração, a presença de representantes do sexo feminino em cargos decisórios e o acesso à educação e a serviços de saúde.
Num ranking de 58 países, o Brasil ficou na 51ª posição, à frente de sete nações. A marca brasileira foi a pior de toda a América do Sul e é superada até mesmo por Estados notoriamente menos desenvolvidos, como Bangladesh, na Ásia, que ocupou o 39º lugar no levantamento.
Infelizmente, é preciso reconhecer que, por piores que sejam, esses resultados não causam surpresa. A acentuada desigualdade entre homens e mulheres no Brasil tem sido constatada por diversos estudos. Exemplo disso é a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre emprego, realizada no início do ano, segundo a qual, em média, o rendimento de mulheres com 11 anos de estudo alcança apenas 58,6% do que um homem, nas mesmas condições, ganharia.
Apesar de alguns avanços, o fim da discriminação por gênero ainda é um objetivo longínquo no país. Trata-se de uma realidade econômica e cultural com raízes históricas e que, por isso mesmo, precisaria ser enfrentada com mais determinação pelas instâncias governamentais e sociais capazes de induzir a mudanças.


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