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CARLOS HEITOR CONY
Pesquisas
RIO DE JANEIRO - Não se podem
desprezar nem ignorar as pesquisas existentes, principalmente agora, que a Justiça Eleitoral exerce algum controle sobre o processo dos
diversos institutos que se dedicam
a aferir a preferência do eleitorado.
Discute-se até que ponto elas podem influenciar a própria campanha, constituindo importante fator
de decisão final, orientando partidos e candidatos, que alteram suas
táticas e agendas de acordo com as
regiões nas quais se apresentam
mais fracos. Tudo bem.
Abastecem a mídia e convulsionam os cronistas políticos, que extraem complicados cálculos e previsões. Mais uma vez, tudo bem.
Comparando-se a campanha presidencial a uma partida de futebol,
que dura 90 minutos, com direito a
prorrogação e a decisão por pênaltis, digamos que estamos na altura
dos 15 minutos do primeiro tempo.
O placar pode estar zero a zero ou
um a zero a favor de um dos contendores da disputa.
Há tempo de sobra para o jogo
terminar numa goleada, num empate ou na vitória apertada de um
deles.
Digamos que os locutores esportivos, de cinco ou de dez em dez minutos, façam suas previsões de
acordo com as intenções de um grupo restrito de torcedores. É evidente
que haverá disparates.
No campo eleitoral, já tivemos
exemplos bastantes de resultados
surpreendentes. Lembro a eleição
de JK, que, até mesmo durante a
apuração dos votos, estava atrás de
seu contendor, o general Juarez Távora. Somente nos dias finais da
apuração, que naquele tempo chegava a durar semanas, sua eleição
ficou garantida.
Para governadores, senadores e
deputados, as pesquisas costumam
falhar, e já houve caso de um candidato em São Paulo que sentou na
cadeira de prefeito antes do tempo,
o que obrigou o eleito final a desinfetá-la com um spray.
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