São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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CHANCE GLOBAL

Após dois anos de crescimento muito lento, a economia mundial registrou uma expansão de 2,6% em 2003, ritmo que deverá se acelerar para 3,8% este ano, segundo a Unctad, instituição da ONU dedicada ao comércio e desenvolvimento. A recuperação mundial tem sido liderada pelo dinamismo da economia americana e dos países asiáticos. A China e a Índia, por exemplo, cresceram 9,1% e 7,4% em 2003, respectivamente, com consideráveis efeitos sobre países vizinhos e exportadores de alimentos, como o Brasil. A Unctad estima que a taxa de expansão dos países emergentes inclusive o Brasil deverá alcançar 5,8% em 2004.
O comércio mundial também tem registrado forte expansão. Em 2002 e 2003, economias em desenvolvimento responderam por 75% do incremento no volume das exportações e por 60% das importações. Esse processo está associado às realocações da indústria manufatureira global, que passam a exigir um volume considerável de importações de peças, componentes e produtos básicos.
Em 2003, o crescimento econômico e do comércio mundial permitiu um superávit em conta corrente de US$ 199,5 bilhões e um acúmulo de reservas de US$ 320,9 bilhões dos países em desenvolvimento, o que parece afastar do horizonte de curto prazo crises como as ocorridas na segunda metade dos anos 90.
As oscilações do petróleo e a instabilidade política no Oriente Médio persistem como os principais riscos. A alta do petróleo multiplica as receitas dos exportadores, mas simultaneamente pode comprometer o desempenho dos importadores.
O dinamismo internacional abre boas perspectivas para o Brasil, mas é preciso que a economia do país consiga se livrar dos limites que a constrangem para que a onda externa não seja desperdiçada ou aproveitada de maneira apenas medíocre.


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