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INDICADOR CULTURAL
Normalmente deixados de
lado ou tratados como um capítulo menor nas estatísticas nacionais, indicadores relativos à cultura
são importantes para tentar entender
a inserção futura do país.
Se dados econômicos dizem algo a
respeito do bem-estar e do poder de
compra das pessoas, indicadores
culturais apontam para a sua inclusão na sociedade. E, quanto menores
os índices de exclusão de um dado
grupamento social, melhores tendem a ser seus números relativos a
educação, segurança e à própria produção intelectual e material.
Embora o vínculo entre a existência
de uma biblioteca pública em um lugar qualquer e a sua prosperidade
pareça distante, ele existe, o que já
justifica a busca constante da ampliação de equipamentos culturais
nas cidades brasileiras.
A recém-divulgada pesquisa Munic
2001, do IBGE, mostra que tem havido progressos nessa área, ainda que
desiguais e em ritmo mais lento que
o desejável. O equipamento cultural
mais difundido do país são as bibliotecas públicas, presentes em 79%
dos municípios brasileiros em 2001.
Em segundo lugar vêm ginásios esportivos ou estádios (76%). Provedores de internet cresceram bastante e
já atingem 53% das cidades. Também chamou a atenção dos pesquisadores a expansão em relação a 1999
dos teatros (36%) e dos cinemas
(14%) nos municípios brasileiros.
Apesar desses números positivos,
apenas 53 cidades (0,9% do total)
possuem todos os 17 equipamentos
culturais listados pela pesquisa. Pior,
153 municípios (2,8%) não possuem
nenhum dos itens.
É claro que, diante de problemas
emergenciais como fome, violência e
descalabros na saúde e na educação,
a cultura acaba sendo lançada para
um segundo plano. O risco que corremos é o de que essa situação que
deveria ser aguda se torne crônica e
nós tratemos sempre a questão cultural como secundária.
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