São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003 |
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FERNANDO RODRIGUES Lula e o PT em 2004
BRASÍLIA - É desaconselhável fazer previsões em política. Ocorre que há
indicações claras de que 2004 será
um ano para lá de positivo para o PT
e para o presidente Lula no tocante
às eleições municipais.
Há as ressalvas de sempre. Uma
grave crise econômica internacional
ou algum escândalo de ordem ética e
moral na banda fisiológica do governo são fatores intangíveis que podem
atrapalhar os petistas.
Haveria também o risco de problemas crônicos falarem mais alto nas
eleições. Por exemplo, a falta de segurança nos grandes centros.
Para sorte dos políticos -e azar da
sociedade-, esse tipo de flagelo endêmico só se manifesta de maneira
mais negativa sobre os governantes
se as classes média e alta são afetadas
por um fato de primeira grandeza,
como o do casal de adolescentes assassinado em São Paulo.
Em condições normais de temperatura e pressão, sem fatores extracampo, o que conta na hora do voto é o
dinheiro que cada um tem no bolso.
Mesmo de forma inconsciente, cada
eleitor se autoquestiona antes de
apertar o botão na urna eletrônica:
"Estou pior, igual ou melhor do que
há quatro anos?". Se a resposta for
igual ou melhor, a tendência é sempre votar no governo ou em candidatos do poder hegemônico.
Já é um fato consumado que a economia brasileira crescerá em 2004.
Impossível dizer se o avanço será de
3% ou 4%, mas ficará nessa redondeza. É pouco para um país miserável
como Brasil? Sim, é pouquíssimo. Só
que na comparação com o pífio desempenho deste ano, muita gente terá a sensação de estar chegando ao
paraíso ou perto dele.
O PT sabe disso. Fez o trabalho "sujo" de ortodoxia econômica neste primeiro ano de governo Lula. Soltará
as amarras em 2004 e elegerá algumas centenas de prefeitos.
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