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A conta do Rodoanel
ENSEJA dúvidas a decisão do
governo paulista de privatizar e instalar pedágios no
Rodoanel, principal obra de interligação rodoviária do Estado.
A previsão é que a cobrança no
trecho oeste, único já construído, comece em janeiro de 2008.
Entregar a construção e a exploração de rodovias com alto
fluxo de veículos à iniciativa privada é uma atitude correta e, no
mais das vezes, necessária. É
mais razoável fazer os custos de
uma estrada incidirem sobre os
que dela se utilizam do que sobre
o conjunto da população.
O Rodoanel, porém, foi concebido para integrar as estradas
que saem da capital paulista e,
assim, aliviar o trânsito de caminhões nas marginais Tietê e Pinheiros. Pedágios no Rodoanel
atentariam contra esse objetivo.
Se utilizar a rota perimetral sair
mais caro do que trafegar pelas
marginais, o Rodoanel correrá o
risco de ficar subutilizado.
Evidentemente, quanto menor
for o tráfego de veículos no Rodoanel pedagiado, menos recursos ele arrecadará, num processo
que coloca em risco a própria
idéia do autofinanciamento.
A única forma de compensar
esse efeito é equalizando os custos de utilização da rota perimetral e das artérias urbanas. O
complemento lógico do pedagiamento do Rodoanel é a cobrança
para circular nas marginais.
Não há muita dúvida de que,
em algum momento futuro, o
problema do trânsito em São
Paulo exigirá uma resposta radical como o pedágio urbano. É lamentável que políticos não tenham a coragem de abordar com
clareza esse assunto.
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