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Editoriais
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G20, o início
QUANDO gigantescas intervenções na economia,
promovidas pelas maiores potências mundiais, parecem
insuficientes para interromper a
derrocada global, quando a confiança -elemento crucial para o
funcionamento dos mercados-
está severamente abalada, não
deixa de ser positivo o resultado
do encontro entre 20 lideranças
internacionais, que terminou no
sábado em Washington.
A calorosa receptividade que a
reunião suscitou em todo o planeta foi seu maior trunfo imediato. A implementação da caudalosa lista de propostas da declaração final, bem como a afirmação
do G20 como instância decisória
internacional, é uma incógnita
que, naturalmente, demandará
tempo para ser elucidada.
A queda-de-braço entre europeus e americanos em torno da
extensão do esforço para regulamentar os mercados financeiros
prenuncia percalços à frente.
Ainda que Barack Obama tenha
defendido a revisão do ambiente
ultraflexível das últimas décadas, em seu time de assessores e
entre grupos que financiaram
sua campanha há interesses que
militam no sentido oposto.
A questão da regulação dos
mercados desperta muita atenção do público, mas não é uma
agenda para o curto prazo. O
mundo passa por um estrangulamento brutal do crédito, e qualquer normatização restritiva que
venha a ser imposta agora vai
chocar-se contra a ação dramática dos governos para fazer o dinheiro circular novamente.
A disposição anunciada pelo
G20 de aumentar as dotações do
FMI e do Banco Mundial para
ações imediatas contra a crise é o
item da declaração que pode trazer mais resultados nos próximos meses. Outra mudança, a
entrada de nações emergentes
no Fórum de Estabilidade Financeira -entidade, baseada na
Suíça, que promove a coordenação de políticas entre países-,
possui importância simbólica
que não pode ser desprezada.
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