|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Fim do verão, início da campanha
BRASÍLIA - A pesquisa CNI-Ibope confirma as tendências de alta
de Dilma e de queda de Serra já detectadas pelo Datafolha, ratificando
os dois dados mais importantes da
sucessão: Dilma tem potencial e colhe os resultados de um intenso trabalho de massificação da sua imagem e de sua simbiose com Lula;
Serra já é quase um fenômeno, pois,
mesmo parado, praticamente fora
da campanha e sem sequer se lançar candidato, se mantém teimosamente acima de 30%.
Planalto e PT estão em clima de
"já ganhou", e a oposição contamina a opinião pública com a sua própria insegurança e com os seus lances políticos confusos, difíceis de
serem compreendidos e analisados.
Mas está cedo para conclusões.
Além das dúvidas sobre o fôlego
de Marina e a persistência de Ciro,
há outros motivos para cautela. Dilma está em ascensão e tem imensos
trunfos, desde a popularidade de
Lula até a base unida e a estratégia
consistente. Mas Serra é sólido,
mantém-se na liderança faça sol ou
faça chuva (aliás, literalmente) e
apesar das divisões e dos passos erráticos do PSDB.
Dilma deu um salto para 30% no
Ibope, e Serra está com 35%. Ela deve deixar o governo no dia 31 para se
concentrar na campanha com Lula
pelo país afora a partir de 1º de abril
(data curiosa...). Serra deve se lançar em 10 de abril, em Brasília, para
alívio de seus aliados.
A eleição vai começar a ferver,
portanto, justamente quando os índices de Dilma e de Serra deverão se
igualar ou poderão até se cruzar. E
os dois lados se concentram nas
projeções e nas potencialidades.
Lendo as pesquisas, está tudo ali.
Na pesquisa espontânea, sem lista de candidatos, Lula tem 20%
mesmo fora da disputa, Dilma fica
com 14%, e Serra, com 10%. Faça as
contas e vislumbre o futuro, quando os que "votam" em Lula captarem que Lula é Dilma. Os petistas
exultam, os tucanos se apavoram.
Só que campanhas são exatamente para isso: interferir no "futuro".
elianec@uol.com.br
Texto Anterior: Ramallah - Clóvis Rossi: A menina, o soldado e o muro Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: O Santo Daime Índice
|