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FUNDOS EM QUEDA
O segmento de fundos de investimento tornou-se um instrumento importante de poupança
para parcela significativa da população. Aplicar recursos por meio dos
fundos permite o acesso à experiência de profissionais qualificados, a
diversos instrumentos financeiros e
a custos compartilhados de forma
condominial. O patrimônio dos fundos de investimentos brasileiros
atingiu R$ 537,5 bilhões em abril de
2004, em torno de 31% do PIB.
Por decisão do Conselho Monetário Nacional, a partir do primeiro semestre de 2002, os fundos de investimento deveriam estar "marcados a
mercado", ou seja, os ativos que lastreiam os recursos aplicados precisariam refletir seus valores de mercado, cotados diariamente. Trata-se de
um procedimento que amplia a
transparência do setor, sendo utilizado em sistemas financeiros mais robustos e diversificados.
Todavia, no mercado brasileiro de
renda fixa, altamente concentrado
em títulos públicos, as oscilações
nas taxas de juros têm acentuado a
volatilidade nas cotas e gerado insegurança nos aplicadores. O temor de
alta nos juros nos EUA, por exemplo,
elevou as taxas no mercado futuro
brasileiro e induziu os gestores a
buscar títulos de prazos mais curtos.
Alguns papéis públicos se depreciaram, acarretando perdas nas cotas
dos fundos de renda fixa. Com as
quedas, os investidores sacaram recursos, ocasionando novas reduções
nas cotas, num círculo vicioso.
Nesses momentos de turbulência,
o saque de um investidor pode representar prejuízos para os demais cotistas. Por isso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu averiguar se os gestores e as instituições
estariam cumprindo as regras de
transparência. As ações da CVM no
sentido de resguardar o bom funcionamento do mercado são positivas.
É preciso, porém, que as instituições
esclareçam melhor os investidores, a
fim de evitar saques e perdas desnecessárias: apesar das oscilações, os
fundos de renda fixa tiveram rentabilidade positiva de 30,33%, desde o
início do governo Lula.
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