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TERROR SEM FIM
O assassinato do presidente
do Conselho de Governo Iraquiano, Izzedin Salim, a apenas seis
semanas da data prevista para a
transferência da soberania aos iraquianos, mostra o quão precária é a
segurança no país. O impacto é principalmente simbólico, pois o cargo
de Salim não reunia muitos poderes.
Quem manda de fato são as autoridades norte-americanas, e a Presidência do Conselho é rotativa. Além
disso, uma soberania algo limitada
deverá ser transmitida não a este
Conselho, mas a um outro organismo a ser apontado pela ONU.
Apesar disso tudo, foi morto num
atentado suicida o que de mais perto
havia de um presidente do Iraque.
Salim não é o primeiro membro da
administração iraquiana interina a
ser assassinado. Em setembro, foi
morta Aqila al Hashemi, uma das
três mulheres que os EUA indicaram
para o Conselho.
Para agravar o quadro, prosseguem
combates em várias frentes. Na sexta, tanques americanos entraram em
lugares sagrados da cidade de Najaf,
onde enfrentam seguidores do clérigo xiita radical Moqtada al Sadr. Em
Nassiriah, militantes xiitas forçaram
tropas italianas a retirar-se para sua
base nas cercanias da cidade. Diante
de tantas adversidades, EUA e Reino
Unido já se preparam para enviar reforços. Tropas norte-americanas estacionadas na Coréia do Sul deverão
ser transferidas para o Iraque.
O envio de mais homens não seria
exatamente um problema para o presidente George W. Bush e o premiê
Tony Blair em situações normais.
Mas, desde que veio a público a questão das torturas infligidas a iraquianos, vem crescendo a pressão para
que Washington e Londres pelo menos apresentem um plano de retirada de suas forças militares. Bush e
Blair aparecem agora nas pesquisas
de opinião com os piores índices de
popularidade de suas gestões.
Só que esse plano de retirada não
existe, pois abandonar o Iraque agora equivaleria a lançá-lo numa guerra
civil de conseqüências imprevisíveis.
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