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NADA A COMEMORAR
Saíram os resultados do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (Saeb) de 2003. O
governo federal bem que tenta comemorar como uma vitória a inversão
da tendência de queda que se vinha
registrando desde 1995 na capacidade de leitura de alunos da 4ª série do
ensino fundamental. É claro que é
positivo o fato de o nível ter parado
de cair. Mas, infelizmente, não há
motivos para celebrar nada.
Em termos objetivos, a situação
permanece calamitosa. A nota média
dos alunos da 4ª série na prova de
português passou de de 165,1 (em
500 possíveis) no teste de 2001 para
169,4 no do ano passado. Isso significa, nas palavras do próprio Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o órgão responsável pela avaliação, que, na média, as crianças foram capazes de
achar informações explícitas em textos mais longos e em anúncios de
classificados. Ou seja, não conseguem ir além da superfície -o que é
uma outra forma de dizer que sua capacidade de leitura é precária.
Nas demais provas, os resultados
não apresentaram variações significativas em relação aos do exame de
2001. O Saeb é constituído de testes
de português e de matemática que
são aplicados a cada dois anos a alunos da 4ª e da 8ª série do ensino fundamental e da 3ª série do médio escolhidos por amostragem. A partir de
2004, o governo pretende tornar as
provas anuais e ministrá-las a todos
os alunos da rede básica.
Sistemas de avaliação como o Saeb
são ferramentas importantes para
diagnosticar os problemas da educação e encontrar as fórmulas para tentar solucioná-los. É preciso, porém,
tomar cuidado para não transformar
a avaliação num fim em si mesmo.
Quaisquer resultados que fiquem
aquém de tornar a grande maioria
dos alunos apta a ler e interpretar textos corretamente e a dominar os conceitos mais básicos da matemática é
insuficiente para o país.
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