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Editoriais
O solavanco de Obama
A QUEDA , de acordo com
pesquisa da revista
"Newsweek", de 12 pontos
percentuais na liderança que o
candidato democrata Barack
Obama mantinha sobre seu rival
republicano, John McCain, impressiona, mas não surpreende.
Obama perdeu a superexposição proporcionada por sua acerba disputa com Hillary Clinton, a
outra postulante democrata.
Após meses como centro das
atenções da mídia, era natural
que recuasse tão logo os holofotes das primárias se apagassem.
Outro motivo possível de desgaste, que preocupou o QG obamista, é a sensação de que o senador foi brusco em sua "guinada para o centro". Nos EUA, durante o processo de prévias, os
pré-candidatos se apresentam
em versões mais ideológicas, a
fim de agradar à militância de
seus partidos. Mas, assim que começa a campanha propriamente
dita, a tendência é que vistam
roupagens moderadas, com o fito de atrair a massa de eleitores
que não está ligada a agremiações, cujo voto é decisivo.
Obama foi tão afoito em sua
conversão que deu impressão de
ter, numa única entrevista coletiva, renegado a sua posição mais
emblemática, a retirada rápida
das tropas americanas do Iraque.
O tamanho do estrago foi percebido na hora e levou o candidato
a convocar um segundo encontro com jornalistas para desmentir o que dissera pouco antes.
O risco desse gênero de correção é transmitir ao eleitorado a
sensação de que Obama é mais
um daqueles políticos que mudam de convicções ao sabor de
conveniências momentâneas.
Independentemente dos erros
e acertos de cada candidato, a
campanha segue seu ritmo. É
normal que, a esta altura da corrida, não despontem francos favoritos. Em setembro, após as
convenções partidárias, acabam
as exposições de calendário, e a
disputa tende a intensificar-se.
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