O BNDES anunciou que irá tomar duas importantes medidas: aumentar o apoio a empresas menores e melhorar o controle sobre os resultados dos projetos financiados pelo banco.
O planejamento estratégico do BNDES para o período 2000-2005 prevê a destinação de R$ 5 bilhões para empresas menores. Para facilitar o acesso a esses recursos, o BNDES deverá criar um tipo de cartão de crédito, em parceria com grandes administradoras, para financiar a compra de equipamentos.
Além disso, o BNDES irá incentivar a formação de consórcios de pequenas empresas, de modo que elas consigam obter vantagens, como crédito mais barato (dando garantias solidárias) e preços mais baixos.
A medida é positiva. O apoio às empresas menores precisa ser feito com o mínimo possível de burocracia. E a associação dessas empresas é fundamental para que elas consigam atingir objetivos mais ousados, como vender no mercado externo.
Nesse campo, é preciso ter em vista o exemplo da Itália, onde empresas com até 14 funcionários respondem por 64% das exportações, enquanto no Brasil empresas com até cem empregados representam menos de 2% das exportações.
O BNDES irá também sistematizar o controle dos resultados obtidos nos projetos que financiou.
Tal medida é ainda mais importante. Além de conferir maior transparência à atuação do BNDES, a avaliação dos resultados é uma ferramenta imprescindível para o planejamento de longo prazo de qualquer setor.
Tanto quanto saber se os R$ 5 bilhões previstos no planejamento estratégico foram realmente destinados a empresas menores, interessa os resultados dessas ações em termos de reforçar o papel dessas empresas na economia brasileira.
É impressionante que esse trabalho já não tenha sido realizado sistematicamente. Talvez isso justifique em parte o comportamento errático -que levou o BNDES, por exemplo, a oferecer financiamentos emergenciais para que leilões de privatização não fracassassem- que muitas vezes marcou a atuação do banco nos anos 90. Resta verificar se essa característica realmente será mudada.


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