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PSDB X DEM
Após Datafolha, fica mais provável candidatura Alckmin; prenuncia-se disputa com Kassab pela mesma fatia de eleitores
A MAIS RECENTE pesquisa
Datafolha de intenção
de voto para a Prefeitura de São Paulo coloca
tucanos e democratas diante de
um dilema. A julgar pelos números e pelas circunstâncias políticas, os dois partidos têm fortíssimas razões para lançar candidatos, comprometendo assim a repetição da aliança PSDB-DEM,
que vigora em terras paulistanas
desde o pleito de 2000.
Pelos tucanos, o virtual postulante é o ex-governador Geraldo
Alckmin, que tem a preferência
do eleitorado. No cenário que lhe
é mais favorável, ele fica com
34% das intenções de voto; no
menos, 29%. A pesquisa mostra
que, se o PSDB não sair com força total, isto é, com Alckmin, o
grande beneficiário será o PT,
cuja provável candidata, Marta
Suplicy, obteria 32% dos votos,
seu melhor desempenho.
Também no plano pessoal
Alckmin precisa de um banho de
votos. Sem cargo público e sem
muito espaço na máquina municipal, ele corre o risco de ver seu
capital político minguar caso não
dispute logo um novo pleito. E o
único à vista é o municipal.
Pelo lado do Democratas a
candidatura do atual prefeito,
Gilberto Kassab, parece igualmente fatídica. Embora no cenário mais verossímil ele obtenha
apenas um distante terceiro lugar -12% contra os 29% de Alckmin e 25% de Marta-, Kassab e
o DEM só têm a ganhar se participarem da disputa. Pela primeira vez, o partido tem a oportunidade de concorrer na eleição
paulistana em condição melhor
que a de mero figurante. Não é
algo que uma legenda que pensa
em renovação possa desprezar.
No mais, essa eleição representa a maior chance da carreira de
Kassab. Teve a sorte de ser o vice
de José Serra quando este renunciou ao posto de prefeito de
São Paulo para eleger-se governador. No cargo, logrou conduzir
sem sobressaltos os negócios da
capital até agora e obteve um
trunfo com a iniciativa da Lei Cidade Limpa. Além disso, a avaliação de sua administração melhora, e o ritmo de inaugurações da
prefeitura só fará aumentar.
Até aqui, Alckmin e Kassab poderiam sair ambos candidatos
com juras de apoio mútuo na hipótese de apenas um deles chegar ao segundo turno. O problema é que eles disputam exatamente a mesma fatia do eleitorado. Kassab cresce no cenário que
Alckmin não disputa e vice-versa. Isso significa que, se ambos
concorrerem, terão de tentar tirar eleitores um do outro para
viabilizar suas candidaturas.
Tome-se como agravante o fato de que, entre os 52 secretários
municipais e subprefeitos de
Kassab, 37 são tucanos herdados
da gestão Serra. O PSDB alckmista já fala na necessidade de
que essas pessoas deixem seus
cargos na eventualidade de uma
ruptura; já a ala serrista do partido, que patrocina a candidatura
Kassab, desconversa.
Estão em jogo posições importantes na política de apoios e
alianças para a disputa presidencial de 2010. Espera-se que, em
meio a este xadrez, não se percam as ocasiões para discutir os
problemas da cidade.
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