BRASÍLIA - O Datafolha dá três más notícias para Lula: acabou a moleza de ser candidato único, ele estacionou e Alckmin está decolando. Lula pode ter batido no teto, e Alckmin tem um vasto horizonte pela frente.
Serra era considerado consolidado e conhecido, e Alckmin, uma incógnita. Está mostrando potencialidade. Isso dá novo ânimo à oposição e deve mexer com os nervos do governo. A nova batalha é em torno do caseiro Francenildo.
O governo e a Caixa Econômica Federal têm muito a explicar sobre a inexplicável quebra de sigilo bancário de um rapaz piauiense de 24 anos que conta umas verdades por aí. Antigamente, dizia-se que isso era quebra do Estado de Direito, violação dos mais elementares direitos dos cidadãos. Hoje, tudo mudou...
O preocupante é que a eleição é só em outubro. Esses próximos meses serão de amargar -de acusações reais, mentiras, manipulações. E, quanto mais as pesquisas mostram que o resultado é incerto, pois Lula mantém a dianteira, mas Alckmin está na cola dele, mais os ânimos vão se exaltar. O pobres caseiros que se cuidem. A oposição manipula, e o governo joga fora os resquícios de pudor para transformá-los em réus.
Para quem quer manter os pés no chão: testemunhas são testemunhas, nem heróis nem réus, e fatos são fatos. O fato, até agora, é que o depoimento de Nildo é veraz: a "república de Ribeirão" tinha um "chefe", alugava uma casa maravilhosa no bairro mais chique da capital e fazia reuniões ali nada ortodoxas. Evidentemente, é importante saber se o ministro da Fazenda freqüentava tal casa, com quem, para o quê. E se havia, mesmo, dinheiro voando.
Há duas estradas no horizonte: a das eleições cada vez mais centradas em PT e PSDB e a das denúncias que não param de aparecer em tantas e tão variadas frentes. Lá adiante, principalmente no horário eleitoral gratuito, essas duas estradas vão se encontrar. E podem definir quem vai subir a rampa do Planalto em 2007.