São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2008

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Dengue no Rio

HÁ INDÍCIOS de falha no controle da dengue no Rio de Janeiro. Enquanto no país os casos da moléstia caíram 39,7% (tomadas as primeiras cinco semanas do ano contra igual período de 2007), o Estado do Rio experimentou elevação de 117,4%. A capital fluminense concentrava 67% do total das notificações da unidade federativa.
O período de chuvas e calor favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e uma miríade de empecilhos técnicos e legais dificulta o trabalho dos chamados mata-mosquitos. Condições parecidas, contudo, valem para quase todo o Brasil, onde, não obstante, a incidência da moléstia baixou. Acompanha o Rio na tendência de alta apenas a região Norte.
Computados também os números de fevereiro e das primeiras semanas de março (até o dia 17), o município do Rio de Janeiro já acumula neste ano 19.169 casos -taxa de 327,2 por cem mil habitantes. A cidade já registrou 28 óbitos em virtude da variante hemorrágica, mais do que o total do ano passado (26).
Preocupada, a população já lota postos de saúde e hospitais em busca de atendimento. Faltam médicos e leitos para internar os doentes mais graves. O secretário estadual da Saúde chegou a solicitar às Forças Armadas que cedessem vagas em seus hospitais, mas representantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea disseram que suas unidades já estão totalmente ocupadas por militares e seus dependentes com sintomas da doença.
A situação do Rio exige mobilização das autoridades, inclusive as federais, para a tarefa de debelar os focos do Aedes. Enquanto não surge uma vacina, a ação preventiva, que inclui campanhas educativas para que a população elimine locais propícios à reprodução do mosquito em suas residências, é o melhor modo de enfrentar esse problema.


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