São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2004

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MORTES NO TRÂNSITO

Qual é a principal causa de mortes violentas no mundo? Elas vão de guerras a homicídios, passando por desastres automobilísticos e suicídios. Acertou quem apontou acidentes de trânsito. Em 2000, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles custaram a vida a 1,2 milhão de terráqueos. Depois, pela ordem, vêm: suicídios (815 mil), homicídios (520 mil), afogamentos (450 mil), envenenamentos (315 mil), guerras e conflitos em geral (310 mil), quedas (283 mil) e queimaduras (238 mil).
Assim, é mais do que justificável a decisão da Organização das Nações Unidas e da OMS de lançar uma campanha global pela segurança no trânsito. Para além do 1,2 milhão de mortes, acidentes produzem uma legião de 50 milhões de feridos, muitos dos quais carregarão seqüelas pelo resto de suas vidas.
O problema é especialmente grave para países pobres ou medianamente desenvolvidos como o Brasil, nos quais concentram-se 85% das mortes automobilísticas. O pior é que, pelas projeções, a situação nas nações não-desenvolvidas ainda se agravará bastante antes de melhorar. Daqui até 2020, ao que se prevê, acidentes de trânsito saltarão da nona posição como causa de moléstias e de traumas para a terceira, perdendo apenas para as cardiopatias coronarianas e a depressão.
O impacto econômico dos desastres também é significativo. Estima-se que o custo dos acidentes varie de 1% do PIB em países pobres a 2% nas nações desenvolvidas. Em termos globais, são US$ 518 bilhões anuais.
A boa notícia é que está em nossas mãos impedir o agravamento do quadro. Acidentes são em algum grau evitáveis. As medidas mais efetivas são bem conhecidas dos especialistas: promover leis e mecanismos que limitem a velocidade dos veículos e o consumo de álcool por motoristas, fazer com que o cinto de segurança seja utilizado por todos os passageiros e melhorar a segurança das ruas, estradas e dos próprios carros.


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