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MISÉRIA PAULISTANA
A proporção de miseráveis
aumentou 51% no município
de São Paulo durante a década de 90.
O dado consta do estudo intitulado
"Mapa do Fim da Fome 2", que foi
produzido pelo Centro de Políticas
Sociais da Fundação Getúlio Vargas
em parceria com a organização não-governamental Ação pela Cidadania
e o Sesc-RJ. Segundo o levantamento, em 1991, 8% dos paulistanos enquadravam-se na categoria miserável, contra 12,1% em 2000.
Os responsáveis pelo trabalho classificam como miseráveis pessoas
com renda mensal inferior a R$ 79
-valor necessário, de acordo com
preços de São Paulo, para garantir
alimentação mínima recomendada
pela Organização Mundial da Saúde.
Os dados apenas confirmam o
quanto o maior centro urbano e industrial do país tem sofrido com o
alongado quadro de baixo crescimento da economia brasileira. Segundo o economista Marcelo Neri,
coordenador do projeto, a explosão
de miséria pode ser explicada pelo
aumento na taxa de desemprego. Segundo dados da Fundação Seade, o
desemprego na região metropolitana da capital está em torno de 20%,
algo como 2 milhões de pessoas. É
um quadro extremamente preocupante, que tem contribuído, segundo outros levantamentos, para o aumento da criminalidade.
A cada estudo que se faz, a cada levantamento, a cada tentativa de traçar o perfil mais recente da sociedade
brasileira acumulam-se as evidências
de que o baixo dinamismo econômico está na raiz de uma série de problemas. A eleição de Luiz Inácio Lula
da Silva ocorreu num contexto de esperança de transformação dessa realidade. Já se vão, porém, 16 meses da
nova gestão sem que se vejam sinais
mais firmes de que o quadro irá mudar significativamente.
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