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FERNANDO RODRIGUES
O potencial de Dilma
BRASÍLIA - A pesquisa Datafolha
dos dias 15 e 16 revelou a polarização entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). A desidratação
de Ciro Gomes (PSB). A dificuldade
de Marina Silva (PV) para decolar.
E uma tendência de a eleição acabar
sendo decidida talvez no primeiro
turno, mesmo não estando claro
ainda quem vencerá.
Uma segunda camada de indicadores mostra também o potencial
inexplorado dos candidatos.
Marina é ainda uma quase completa desconhecida dos eleitores.
Meros 9% dizem conhecê-la muito
bem. Em tese, ganhará mais apoios
ao popularizar sua imagem.
Só 28% sabem que Serra é do
PSDB. Também em teoria, muitos
tucanos podem se animar a dar
mais votos ao principal candidato
de oposição quando descobrirem
sua filiação partidária.
O caso de Dilma Rousseff é o mais
intrigante. A petista tem um rosário
de indicadores revelando o seu potencial. Eis três eles:
1) grau de conhecimento: apenas
16% dizem conhecer Dilma muito
bem, contra 34% de Serra;
2) apoio de Lula: 61% já dizem saber que Dilma é apoiada por Lula
(10% citam outros nomes). Para
38%, o aval lulista os "levará a escolher esse candidato com certeza",
embora a petista tenha hoje só 28%
de intenções de voto;
3) voto espontâneo: Dilma lidera
com 13% no levantamento no qual
não se mostram os nomes dos candidatos aos entrevistados. O "candidato do Lula" recebe 3%. O "do
PT", 1%. Some-se também o fato de
43% dos votos de Dilma na pesquisa estimulada coincidirem com a
escolha já verificada na pesquisa espontânea -nesse caso, a taxa de
Serra é menor, de 31%.
Tudo considerado, Dilma Rousseff é proprietária de um voto consistente. Tem uma avenida pavimentada à sua frente. A incógnita
agora é saber como e se ela percorrerá essa estrada -algo imprevisível a esta altura da campanha.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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