São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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IMPASSE EUROPEU

A expansão das economias norte-americana e asiática impulsionou as exportações européias. Dessa forma, os países da área do euro se expandiram 0,6% no primeiro trimestre de 2004, em relação ao quarto trimestre de 2003. Foi o ritmo mais forte dos últimos 12 trimestres, de acordo com a agência estatística da União Européia, a Eurostat. É um sinal que reforça as perspectivas de uma possível retomada sustentada da economia européia após um longo processo de estagnação.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha aumentou 0,4%, o da França, 0,8%, o da Itália, 0,4% e o da Espanha, 0,6%. São dados animadores, mas o ritmo da recuperação a partir deste segundo trimestre de 2004 poderá não se revelar robusto, sobretudo devido ao baixo dinamismo da demanda dos consumidores nesses países.
Essa fraqueza poderá se prolongar, pois as indicações de uma recuperação gradual das economias da área do euro parecem reduzir as chances de novos cortes da taxa de juros básica pelo Banco Central Europeu (BCE) nos próximos meses. Além disso, com os preços do petróleo acima de US$ 40 o barril, os custos de energia poderão pressionar a taxa de inflação justamente quando a economia anima-se para a retomada.
Diante do fraco desempenho do consumo e da elevada taxa de desemprego -que se mantém em incômodos 8,8% da força de trabalho-, espera-se que o BCE tenha ao menos o cuidado de não aumentar a taxa de juro básica, já há algum tempo fixada em 2% ao ano. Em abril, a inflação situou-se nos mesmos 2% ao ano, indicando juros reais nulos.
Diferentes analistas estimam que, se a taxa de juros não for mantida baixa por mais algum tempo, a sustentação do crescimento europeu poderá vir a ser comprometida -sobretudo na hipótese de a expansão da economia global arrefecer, dado que a reativação da atividade econômica na Europa continua a ser impulsionada pelas exportações.


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