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IMPASSE EUROPEU
A expansão das economias
norte-americana e asiática impulsionou as exportações européias.
Dessa forma, os países da área do euro se expandiram 0,6% no primeiro
trimestre de 2004, em relação ao
quarto trimestre de 2003. Foi o ritmo
mais forte dos últimos 12 trimestres,
de acordo com a agência estatística
da União Européia, a Eurostat. É um
sinal que reforça as perspectivas de
uma possível retomada sustentada
da economia européia após um longo processo de estagnação.
O Produto Interno Bruto (PIB) da
Alemanha aumentou 0,4%, o da
França, 0,8%, o da Itália, 0,4% e o da
Espanha, 0,6%. São dados animadores, mas o ritmo da recuperação a
partir deste segundo trimestre de
2004 poderá não se revelar robusto,
sobretudo devido ao baixo dinamismo da demanda dos consumidores
nesses países.
Essa fraqueza poderá se prolongar,
pois as indicações de uma recuperação gradual das economias da área
do euro parecem reduzir as chances
de novos cortes da taxa de juros básica pelo Banco Central Europeu
(BCE) nos próximos meses. Além
disso, com os preços do petróleo acima de US$ 40 o barril, os custos de
energia poderão pressionar a taxa de
inflação justamente quando a economia anima-se para a retomada.
Diante do fraco desempenho do
consumo e da elevada taxa de desemprego -que se mantém em incômodos 8,8% da força de trabalho-, espera-se que o BCE tenha ao menos o
cuidado de não aumentar a taxa de
juro básica, já há algum tempo fixada
em 2% ao ano. Em abril, a inflação
situou-se nos mesmos 2% ao ano,
indicando juros reais nulos.
Diferentes analistas estimam que,
se a taxa de juros não for mantida
baixa por mais algum tempo, a sustentação do crescimento europeu
poderá vir a ser comprometida -sobretudo na hipótese de a expansão
da economia global arrefecer, dado
que a reativação da atividade econômica na Europa continua a ser impulsionada pelas exportações.
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