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FERNANDO DE BARROS E SILVA
Noivas, padrinhos, eleições
SÃO PAULO - Descontadas pequenas oscilações, o quadro da sucessão paulistana está estabilizado.
Havia, entre serristas, a expectativa
de que Alckmin pudesse cair um
pouco, começando a abrir desde já o
caminho para Kassab passar. Não
caiu e segue na liderança ao lado de
Marta Suplicy, mostra o Datafolha.
Havia também, na seara alckmista, a expectativa de que o prefeito
pudesse encalhar, mas de tal maneira que não deixasse muitas dúvidas sobre sua pouca condição de ser
um nome à altura para enfrentar o
PT. Também isso acabou frustrado.
Diminuiu a reprovação à gestão
de Kassab, ao mesmo tempo em
que sua candidatura exibe discreta
tendência de alta. O prefeito, porém, ondula com apenas metade
das preferências dos seus rivais e
sua tênue ascensão se dá até aqui
sem que roube nada dos líderes.
A estabilidade dos números é sinal de que o eleitor ainda não se
ocupa da eleição. Para os candidatos, ainda não é o momento de buscar votos, mas de caçar apoios e garantir tempo de TV. No mês das
noivas, quem até agora se sai bem é
Kassab. Está montado numa máquina de guerra eleitoral. Tem a
prefeitura, tem o governador como
padrinho, tem como aliados o
PMDB de Quércia, o PR e o PV.
Atropelado pelo "bonde do Serrão" -a perspectiva de poder que já
se arma em torno do governador-,
Alckmin teve de se contentar com o
PTB, do notório Campos Machado.
A parceria tem a mão invisível de
Ciro Gomes, unido ao quixote tucano no projeto de destruir Serra.
Marta, por ora só, ficou refém do
"bloquinho", cujo preço subiu. Aldo
(PC do B) não arreda o pé de sua
aventura e o PSB veta, por razões
várias, Erundina como vice da petista. É possível que Marta acabe
abraçada só ao PDT de Paulinho, levando de brinde o bafo da PF.
Chama a atenção a distância
olímpica que Lula mantém da disputa. Deixou o PMDB e o PR caírem
no colo de Kassab e não fez um único gesto pela ministra. Mas estará
no altar como padrinho se perceber
que ela tem chances reais de vitória.
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