São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Vinte e cinco anos e muito mais

ROBERTO KLABIN


Ao completar 25 anos, vemos os desafios da Fundação SOS Mata Atlântica se renovarem constantemente; seguiremos firmes em nosso compromisso

A Fundação SOS Mata Atlântica realiza neste final de semana, em São Paulo, de 20 a 22 de maio, no parque Ibirapuera, a sétima edição do Viva a Mata, seu principal evento anual. Além de reunir cerca de cem projetos do Brasil todo para mostrar seu trabalho e interagir com o público de todas as idades, vamos comemorar os nossos 25 anos de atuação.
Tenho orgulho de ter construído, ao longo destes anos -com tantas outras pessoas apaixonadas por esta causa e profissionais competentes-, uma organização sólida, séria e reconhecida por sua transparência e por seus resultados.
A Fundação SOS Mata Atlântica já soma mais de 260 mil filiados, 50 empresas parceiras e mais de 2.000 voluntários e colaboradores, que juntos atingiram mais de 22 milhões de mudas de árvores nativas plantadas em áreas de restauração florestal, mais de 400 reservas particulares apoiadas e 1 milhão de hectares de áreas marinhas e costeiras protegidas.
Cerca de 3.000 municípios são monitorados pelo Atlas dos Remanescentes Florestais (em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais); com a participação de 15 mil pessoas, monitoramos também rios em dez Estados.
Com nossos esforços de educação ambiental, chegamos a mais de 13 mil alunos no último ano, visitamos 80 cidades com nosso caminhão itinerante e 12 capitais estão recebendo nossa exposição comemorativa. Até 2012, pretendemos cumprir a meta de, em um ano, sensibilizar 1 milhão de pessoas.
Ao completar 25 anos, vemos nossos desafios se renovarem constantemente. Conforme a paisagem natural da mata atlântica diminui, aumentam as ameaças a sua proteção. Hoje, a principal sombra nessa festa de aniversário é o projeto que propõe alterações infundadas no Código Florestal brasileiro.
Uma lei simbólica, que pode posicionar o Brasil como um mercado diferenciado perante os olhos internacionais, está sendo utilizada como moeda de troca, servindo aos interesses de alguns setores econômicos. Como fica a economia sem água? Como fica o desenvolvimento com o clima desregulado e as tragédias que já se repetem ano a ano?
A mudança do Código Florestal não é assunto apenas de ambientalistas ou ruralistas.
Essa luta, bem como a causa que alimenta a Fundação SOS Mata Atlântica, é de toda a população.
Proteger a mata atlântica é garantir a água que você bebe, o ar que você respira, o lugar em que você vive, aí no meio da cidade.
Cabe a nós garantir o direito das próximas gerações de desfrutar de um meio ambiente rico e diverso, com qualidade de vida e contando com a exuberante beleza natural que hoje desfrutamos.
Não há vida sem recursos naturais e não há produção agrícola sem responsabilidade ambiental. Por isso, continuaremos firmes em nosso compromisso de atuar em prol da mata atlântica, por outros 25 anos e muito mais. Informe-se, participe, defenda sua vida.

ROBERTO KLABIN, empresário, é presidente da Fundação SOS Mata Atlântica.

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