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VACINA PAULISTA
É boa a notícia de que deve
começar ainda neste ano a
construção da fábrica em que o Instituto Butantan, ligado à Secretaria da
Saúde do Estado de de São Paulo,
produzirá a vacina contra a gripe. O
projeto, orçado em R$ 55 milhões, é
também um modelo interessante de
parceria entre diferentes esferas do
governo e de transferência de tecnologia da iniciativa privada.
O Estado de São Paulo entrou com
o próprio Butantan e R$ 15 milhões
para a construção da planta, em fase
de licitação. A administração federal
já autorizou a compra dos equipamentos para a fábrica, que deverão
custar R$ 40 milhões. Já a tecnologia,
ela fica por conta de um acordo entre
o Butantan, o laboratório franco-alemão Aventis Pasteur e o Ministério
da Saúde, firmado em 1999. Desde a
segunda campanha nacional de imunização contra a gripe, voltada para
idosos, em 2000, as vacinas são compradas apenas do Aventis Pasteur,
que, em troca da exclusividade, se
comprometeu a transferir a tecnologia de produção para o Butantan.
Desde então, a participação do instituto na confecção das vacinas vem
aumentando. Neste ano, o Butantan
chegou a produzir, por conta própria, 400 mil doses. Nenhum laboratório privado demonstrou interesse
em fabricar as vacinas no Brasil. A
iniciativa não seria possível sem que
houvesse interesse e investimento
contínuo do poder público na formação de técnicos qualificados. O
Butantan, apesar das dificuldades
por que passa, parece conservar-se
como um centro de excelência, que
continua a produzir e a desenvolver
diversos agentes imunizantes.
No ano que vem, o instituto já será
responsável por parte das vacinas
que serão usadas na campanha contra a gripe e, em 2007, o país já poderá ser auto-suficiente, com o Butantan fabricando os 17 milhões de doses anuais. A economia de divisas é
significativa. Apenas em 2004, o governo gastou o equivalente a R$ 105
milhões para importar a vacina.
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