São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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ALERTA CONTRA A DENGUE

A cidade de São Paulo corre risco de sofrer um aumento expressivo nos casos de dengue na estação quente e chuvosa que se aproxima. Se o trabalho de prevenção não for intensificado e se não houver uma participação maior da população no sentido de erradicar possíveis fontes caseiras de proliferação do mosquito transmissor da doença, a maior cidade brasileira pode ganhar mais um grande problema.
No ano passado, foram notificados 631 casos da doença em São Paulo. Até agosto deste ano, foram 2.119. O fator que mais pesou nesse crescimento foram pessoas que contraíram o vírus da dengue fora do município. No início deste ano, o Estado do Rio de Janeiro, entre outras regiões brasileiras que viviam o problema, enfrentava uma das maiores epidemias da sua história. Daí a principal explicação para o fato de os casos de dengue "importados" terem crescido vertiginosamente em São Paulo.
Mas o que começa a preocupar os epidemiologistas é o crescimento dos casos da doença em que o vírus foi contraído no próprio município de São Paulo -conhecidos, no jargão, como autóctones. No ano passado, eles somaram 308. Até agosto de deste ano, já perfazem 429.
O avanço da dengue autóctone indica que se formou um circuito de reprodução da doença no município: pessoas doentes que são picadas pelo mosquito Aedes aegypti, que encontra condições propícias para reproduzir-se e que, ao picar pessoas sadias, transmite o vírus. A maneira mais eficiente de interromper esse ciclo é combater o mosquito através da pulverização e da eliminação de locais que acumulem água parada, onde as larvas do inseto proliferam.
Nesse esforço, cabe um papel importante à prefeitura, intensificando a pulverização, a limpeza urbana, a visita a domicílios e as campanhas de informação. Também é preciso que a população se conscientize de que a sua ajuda no controle doméstico dos focos de possível proliferação do mosquito é fundamental.


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