São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Editoriais

editoriais@uol.com.br

Segurança no asfalto

A CÂMARA dos Deputados aprovou anteontem o projeto que inclui o airbag frontal para motorista e passageiro na lista de itens obrigatórios de carros. Para ser efetivado, depende agora da sanção presidencial e da regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito.
A adoção está prevista para ocorrer de modo escalonado. Até 2014 todos os veículos deverão sair de fábrica com o dispositivo. Hoje ele equipa entre 15% e 25% dos automóveis brasileiros, segundo estimativas -uma proporção ainda pequena.
Mesmo de forma lenta, o Brasil passa, assim, a adotar normas de segurança que já estão cristalizadas nos países desenvolvidos. O airbag duplo e o freio ABS, que evita derrapagens, são obrigatórios desde 1998 na Comunidade Europeia. Nos EUA, lei análoga entrou em vigor em 1995.
Nesse sentido, caberia desde já planejar a introdução e outros dispositivos do gênero nos carros brasileiros -além do ABS, o chamado ESP (controle de estabilidade). Até hoje, o principal argumento contra a obrigatoriedade desses itens é o custo. A introdução compulsória, no entanto, favorece o barateamento, pois há ganho de escala na produção. Os custos associados a acidentes também cairiam.
As autoridades deveriam debruçar-se, igualmente, sobre outros gêneros de ações que previnem acidentes -como o fim da tolerância com carros, ônibus, motos e caminhões clandestinos. Além da falta de documentos e das pendências com o fisco, essa frota apresenta condições precárias de manutenção.
Apenas na cidade de São Paulo, estima-se que veículos clandestinos representem 30% da frota. Governantes se furtam a enfrentar o problema porque temem a impopularidade da repressão. Mais graves, porém, são os efeitos da leniência na segurança do tráfego e na saúde pública.


Texto Anterior: Editoriais: Sufoco tributário
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Sobra algum?
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.