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Os novos caminhos da TV Assembléia
VAZ DE LIMA, DONISETE BRAGA e EDMIR CHEDID
Na televisão digital, a TV Assembléia terá à sua disposição as 24 horas do
dia e poderá ser
assistida gratuitamente
"Eu gosto mais dos sonhos do futuro
que da história do passado"
(Thomas Jefferson)
UMA SOCIEDADE democrática,
republicana e pluralista sustenta-se no pleno funcionamento de suas instituições e na participação consciente dos seus integrantes. A livre circulação de idéias e informações é simultaneamente condição e garantia para o exercício de uma
cidadania ativa e influente.
A permanente revolução por que
vêm passando os meios de comunicação tem proporcionado o conhecimento cada vez mais detalhado e preciso da nossa realidade.
E o poder público, em todas as suas
instâncias, vale-se das novas tecnologias ao cumprir seu dever de prestar
contas ao povo.
É nesse panorama que se inscreve a
criação da Fundação 9 de Julho de
Rádio e Televisão, por meio de lei estadual que nasceu de iniciativa da
Mesa Diretora e contou com entusiasmado apoio e contribuições de todas as bancadas da Assembléia Legislativa de São Paulo.
A fundação permitirá um extraordinário avanço nas atividades da TV
Assembléia, na medida em que atende às exigências legais para pleitear
no Ministério das Comunicações um
canal aberto dentro da nascente televisão digital.
A TV Assembléia, hoje limitada ao
serviço por assinatura, impõe por isso
mesmo um custo aos paulistas que
dela se servem para acompanhar o
desempenho de seus representantes,
restringindo assim o acesso dos mais
pobres.
E, ao compartilhar o tempo de programação com emissoras ligadas a várias Câmaras Municipais, inclusive na
capital, sofre restrição de horários e,
portanto, no volume de conteúdo capaz de transmitir.
Na televisão digital, a TV Assembléia terá à sua disposição as 24 horas
do dia e poderá ser assistida gratuitamente, o que permitirá democratizar
a informação.
Será possível, por exemplo, dar o
devido e integral destaque não só aos
debates e votações em plenário mas
também às reuniões de comissões,
parte fundamental da ação legislativa.
É aí que deputados recolhem da sociedade civil avaliações e subsídios indispensáveis para a formulação de
propostas adequadas às novas exigências colocadas pela dinâmica da vida
política, econômica, social e cultural
do nosso Estado.
Trata-se de prática essencial para o
bom metabolismo da democracia.
Trabalhadores, empresários, profissionais liberais, donas de casa, estudantes, individualmente ou por meio
de entidades, trazem seus pontos de
vista e encontram ambiente apropriado à sua expressão.
Para os parlamentares, cresce o desafio de corresponder às expectativas
dos eleitores, na medida em que mais
divulgação significa maior fiscalização. E, para dar conta dessa responsabilidade, certamente estarão, deputados e deputadas, dedicados a se ocupar mais ainda da qualificação que
lhes é requerida.
Com a futura e esperada concessão
da emissora de rádio, pode-se antever
a potencialização dos mecanismos de
aproximação entre eleitores e eleitos.
Vale registrar que hoje já é possível,
pela internet, ter acesso em tempo
real a todos os debates e votações. A
TV Web, abrigada desde o ano passado no portal da Assembléia paulista
(www.al.sp.gov.br), registra tudo o
que acontece nos seis plenários da
Casa.
A lei que criou a Fundação 9 de Julho prevê autonomia administrativa,
financeira, orçamentária e de gestão,
mediante uma diversificada rede de
fontes de receita, em que se destacam
recursos próprios, transferências de
naturezas diversas e renda de apoio
cultural e de serviços prestados.
Um Conselho Curador, com ampla
e equilibrada distribuição partidária e
representação dos funcionários, tratará de aprovar o estatuto da fundação e indicar a Diretoria Executiva
(três membros) e o Conselho Fiscal
(cinco membros).
Cuidou ainda a lei de definir claramente os objetivos de uma programação de conteúdo informativo, institucional, educativo, cultural e de interesse público e social da população. E
de vedar seu uso com finalidade político-partidária ou de natureza comercial. Uma programação, enfim, destinada à promoção da cidadania e da
educação política, acessível a toda a
população.
A correta informação, sem nenhum
filtro, deixando a cada um a formação
de seu juízo, mantém a vitalidade da
democracia.
A Fundação 9 de Julho, inserindo a
TV Alesp em canal aberto na nova TV
digital, vai aprofundar a inequívoca
opção pela transparência que tem
orientado as ações da atual Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo.
JOSÉ CARLOS VAZ DE LIMA, 55, deputado estadual pelo
PSDB, é presidente da Alesp (Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo).
DONISETE PEREIRA BRAGA, 41, deputado estadual pelo
PT, é primeiro secretário da Alesp.
EDMIR JOSÉ ABI CHEDID, 42, deputado estadual pelo
DEM, é segundo secretário da Alesp.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br
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