São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Nova tentativa

A CUADO pelas más notícias que não param de chegar do Iraque e por uma impopularidade sem precedentes, o presidente dos EUA, George W. Bush, lançou nesta semana mais uma iniciativa de paz para o Oriente Médio. Pretende reunir, já em setembro, israelenses, palestinos e representantes de países árabes para buscar um entendimento que ponha fim a quase 60 anos de hostilidades.
As chances de a nova empreitada obter sucesso são mínimas. O principal empecilho é a profunda divisão entre os palestinos, que algumas semanas atrás travavam combates pelo controle de Gaza. O grupo extremista Hamas venceu a disputa contra o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, e hoje comanda a faixa litorânea. O Fatah permanece no controle da Cisjordânia.
As duas facções pararam de trocar tiros, mas continuam a permutar acusações.
A estratégia de Israel, EUA e países ocidentais é dar apoio material e político aos moderados do Fatah e deixar Gaza a pão e água. A esperança é que os palestinos que apóiam o Hamas se convençam de que a melhor forma de obter seu Estado é reconhecer o direito de Israel à existência e trocar a violência pela mesa de negociações -passo que o grupo extremista se recusa a dar. Não há dúvida de que esse é o melhor, senão o único, caminho. Isso não significa que o Hamas irá segui-lo.
Também do lado dos israelenses, a autoridade do premiê Ehud Olmert para negociar um compromisso é fraca. Olmert perdeu grande parte de seu capital político após a desastrada guerra contra o Hizbollah no Líbano, há um ano. Permanece no cargo porque nenhum dos principais partidos israelenses se sente pronto para uma eleição.
Dificilmente Bush teria encontrado um momento mais inadequado para convocar uma conferência internacional de paz.


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