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Nova tentativa
A
CUADO pelas más notícias
que não param de chegar
do Iraque e por uma impopularidade sem precedentes, o
presidente dos EUA, George W.
Bush, lançou nesta semana mais
uma iniciativa de paz para o
Oriente Médio. Pretende reunir,
já em setembro, israelenses, palestinos e representantes de países árabes para buscar um entendimento que ponha fim a
quase 60 anos de hostilidades.
As chances de a nova empreitada obter sucesso são mínimas.
O principal empecilho é a profunda divisão entre os palestinos, que algumas semanas atrás
travavam combates pelo controle de Gaza. O grupo extremista
Hamas venceu a disputa contra o
Fatah, do presidente Mahmoud
Abbas, e hoje comanda a faixa litorânea. O Fatah permanece no
controle da Cisjordânia.
As duas facções pararam de
trocar tiros, mas continuam a
permutar acusações.
A estratégia de Israel, EUA e
países ocidentais é dar apoio material e político aos moderados
do Fatah e deixar Gaza a pão e
água. A esperança é que os palestinos que apóiam o Hamas se
convençam de que a melhor forma de obter seu Estado é reconhecer o direito de Israel à existência e trocar a violência pela
mesa de negociações -passo que
o grupo extremista se recusa a
dar. Não há dúvida de que esse é
o melhor, senão o único, caminho. Isso não significa que o Hamas irá segui-lo.
Também do lado dos israelenses, a autoridade do premiê
Ehud Olmert para negociar um
compromisso é fraca. Olmert
perdeu grande parte de seu capital político após a desastrada
guerra contra o Hizbollah no Líbano, há um ano. Permanece no
cargo porque nenhum dos principais partidos israelenses se
sente pronto para uma eleição.
Dificilmente Bush teria encontrado um momento mais inadequado para convocar uma conferência internacional de paz.
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