São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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CLÓVIS ROSSI

A onda morre no Tietê?

SÃO PAULO - Houve, de norte a sul, uma onda petista a ponto de dar ao partido a maior bancada na Câmara federal, posição que nem o mais otimista dos petistas sonhava antes de 6 de outubro.
Suspeito até de que nem Luiz Inácio Lula da Silva supunha que teria o balaio de votos que as pesquisas para o segundo turno lhe conferem.
Para que a felicidade seja inteiramente vermelha, no entanto, falta uma coisinha: a eleição paulista. Alguém aí tem alguma boa explicação para que José Genoino não surfe na onda petista?
É claro que sempre cabe a ressalva de que pesquisa mede o instante, não diz o resultado final da eleição. Mas as pesquisas para o segundo turno, no país e no Estado, mostram, até agora, uma impulsão de Lula bem diferente da de Genoino.
No Ceará, a neodinastia Tasso Jereissati/Ciro Gomes reina impávida há 16 anos. Agora, de acordo com o Ibope mais recente, o candidato deles (Lúcio Alcântara) empacou e está ameaçado de embolar com o candidato do PT, José Airton.
Se até num Estado em que tem escassa tradição de força eleitoral o PT cresce, por que não o está fazendo também em São Paulo?
Não está enfrentando um campeão mundial de votos. O governador Alckmin faz apenas a sua segunda experiência de pleitos majoritários em grandes eleitorados.
Sua avaliação pelos eleitores é apenas razoável, distante de campeões como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ou como o próprio Tasso. Alckmin ainda tem contra si o desgaste do governo FHC.
Ou, posto de outra forma, as dificuldades de Genoino, até agora, não podem ser explicadas pelo peso eleitoral do adversário.
Será, então, que a explicação é a tradicional dificuldade do PT nos pleitos estaduais paulistas, nos quais nem com Lula candidato emplacou? E se for assim, por quê?



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