São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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Editoriais

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Polícia nas ruas

No último domingo, mais uma vez assaltantes provocaram pânico entre frequentadores de um shopping center na cidade de São Paulo. Três ladrões usaram uma barra de ferro para quebrar a vitrine de uma loja de bijuterias e dispararam contra vigias desarmados, deixando um deles ferido.
É o 13º assalto desse tipo registrado na capital paulista desde o início do ano. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping se apressa em afirmar que os centros de vendas que representa "ainda" são locais seguros. Impressão que seria compartilhada pelo público consumidor.
Não deixa de ser significativo, no entanto, a eleição de "santuários" de segurança enquanto a violência urbana e os roubos cresciam de maneira assustadora nos últimos 30 anos.
Houve avanços recentes no combate aos crimes contra o patrimônio no Estado de São Paulo -os registros de roubo foram 13% menores no segundo trimestre de 2010 do que no mesmo período de 2009-, mas os índices continuam de forma geral próximos aos computados há uma década.
Os ataques deste ano a estabelecimentos em shopping centers apenas tornam patente o fato de que são sempre precárias e vulneráveis as soluções privadas para problemas de segurança pública.
O combate aos crimes contra o patrimônio e a vigilância das ruas esteve por muito tempo fora das prioridades dos governos estaduais. Os efeitos foram sentidos sobretudo em bairros pobres, condenados à ausência do poder público ou a ocasionais invasões por parte da polícia, como se fossem territórios inimigos.
Essa situação começa a mudar. No Rio de Janeiro, por exemplo, a reconquista de favelas antes dominadas pelo narcotráfico reduziu de imediato os índices de criminalidade nessas áreas. A prioridade dada pelo governo de São Paulo aos crimes contra o patrimônio já tem surtido efeitos. É preciso insistir nesse caminho. O aumento da presença de policiais nas ruas é indispensável para devolver aos cidadãos a sensação de segurança há muito esquecida.


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