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Polícia nas ruas
No último domingo, mais uma
vez assaltantes provocaram pânico entre frequentadores de um
shopping center na cidade de São
Paulo. Três ladrões usaram uma
barra de ferro para quebrar a vitrine de uma loja de bijuterias e dispararam contra vigias desarmados, deixando um deles ferido.
É o 13º assalto desse tipo registrado na capital paulista desde o
início do ano. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping se
apressa em afirmar que os centros
de vendas que representa "ainda"
são locais seguros. Impressão que
seria compartilhada pelo público
consumidor.
Não deixa de ser significativo,
no entanto, a eleição de "santuários" de segurança enquanto a
violência urbana e os roubos cresciam de maneira assustadora nos
últimos 30 anos.
Houve avanços recentes no
combate aos crimes contra o patrimônio no Estado de São Paulo
-os registros de roubo foram 13%
menores no segundo trimestre de
2010 do que no mesmo período de
2009-, mas os índices continuam
de forma geral próximos aos computados há uma década.
Os ataques deste ano a estabelecimentos em shopping centers
apenas tornam patente o fato de
que são sempre precárias e vulneráveis as soluções privadas para
problemas de segurança pública.
O combate aos crimes contra o
patrimônio e a vigilância das ruas
esteve por muito tempo fora das
prioridades dos governos estaduais. Os efeitos foram sentidos
sobretudo em bairros pobres, condenados à ausência do poder público ou a ocasionais invasões por
parte da polícia, como se fossem
territórios inimigos.
Essa situação começa a mudar.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a
reconquista de favelas antes dominadas pelo narcotráfico reduziu de imediato os índices de criminalidade nessas áreas. A prioridade dada pelo governo de São
Paulo aos crimes contra o patrimônio já tem surtido efeitos. É preciso insistir nesse caminho. O aumento da presença de policiais
nas ruas é indispensável para devolver aos cidadãos a sensação de
segurança há muito esquecida.
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