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O pretexto acabou
ELIANE CANTANHÊDE
Brasília - Fernando Henrique Cardoso não tem mais pretexto para fazer
um ministério medíocre. Se não, vejamos.
Com a mesma liberdade com que encaixou onde quis os amigos tucanos
José Serra, Paulo Renato e Sérgio Motta, FHC nem precisa consultar o PSDB
para nomear o ministro do Desenvolvimento. O PSDB nunca fez ministério
algum. Por que faria agora?
No PMDB, Antônio Britto fez Nelson
Jobim na Justiça, Odacir Klein e Eliseu
Padilha nos Transportes e Sérgio Cutolo na Caixa Econômica Federal.
Com sua derrota no Rio Grande do
Sul, é um fazedor a menos.
No PPB, Paulo Maluf perdeu a eleição e também os canais no governo. A
vaga de Francisco Dornelles no ministério é outra história.
No PTB, José Eduardo Andrade
Vieira está politicamente fora de combate, e Hélio Garcia não se sentiu nem
sequer capaz de disputar a eleição em
Minas. Não há quem pressione.
E o velho PFL de guerra? Bem, é aí
que mora o perigo. Essa briguinha entre Antonio Carlos Magalhães e a turma de Jorge Bornhausen e Marco Maciel não chega a ser nova, mas pode
resultar em mais vagas para o partido.
ACM quer manter Waldeck Ornélas
na Previdência e nomear Paulo Souto
para Minas e Energia, abrindo vaga
para o suplente Rodolfo Tourinho no
Senado. Aproveita para cacifar Zequinha Sarney para o Meio Ambiente, selando o apoio dos Sarney à sua reeleição à presidência do Senado.
Bornhausen e Maciel foram ontem a
FHC defender o nome do senador eleito José Jorge (PE) para Ciência e Tecnologia e ratificar o pedido de uma
vaga para o PFL do Paraná.
"O PFL não é mais um partido nordestino", disse Bornhausen a um velho
amigo, alegando que para manter a
unidade interna precisa de um ministério ou uma estatal para o Centro-Sul. O Banco do Brasil e a Caixa
Econômica Federal estão na roda.
De quebra, os dois pefelistas raspam
o tacho, acomodando o velho companheiro Guilherme Palmeira no TCU.
Quem mais pressiona é o PFL, mas a
contrapressão dos demais é cada vez
menor. FHC só não resiste se não quiser. Ou não souber.
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