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MAIS PERTO
Como previsto , a gripe aviária
chegou à Europa ocidental.
Aves selvagens foram encontradas
mortas em diversos países da região.
Exames laboratoriais vão confirmando que foram infectadas pela cepa
H5N1 do vírus da gripe. É uma questão de tempo até que a doença chegue às Américas e ao Brasil.
Embora o H5N1 tenha a capacidade de contaminar humanos, por ora
ele só se transmite de forma eficaz
entre aves, o que faz do atual surto
um problema principalmente agropecuário. Na Ásia, milhões de frangos e patos morreram em virtude da
moléstia ou tiveram de ser sacrificados para controle da epizootia.
Na Europa, criadores estão sendo
obrigados a confinar seus rebanhos
na tentativa de evitar o contágio por
aves selvagens. O consumidor europeu já rejeita a carne de frango. O
prejuízo é grande e não há muito o
que se possa fazer para evitá-lo.
A situação pode ficar muito pior.
Especialistas acreditam que o H5N1
possa sofrer mutação que o torne
transmissível entre humanos. Nessa
hipótese o problema deixaria de ser
agropecuário para converter-se numa emergência sanitária.
A moléstia se espalharia entre pessoas ainda mais depressa do que entre aves. Se a mortalidade da nova
versão do H5N1 entre humanos se
mantiver na faixa dos 50% verificados nas quase duas centenas de casos já registrados, haveria um cenário sombrio. As estimativas mais
alarmistas falam em 140 milhões de
mortes. Quando um vírus como o da
gripe rompe a barreira das espécies e
consegue tornar-se facilmente transmissível de pessoa para pessoa, é
muito difícil evitar uma pandemia.
Por ora, o que as autoridades sanitárias podem fazer é tentar conter a
doença nos animais, de modo a reduzir as chances de que seres humanos sejam infectados pelo vírus aviário, o que daria ao microrganismo a
oportunidade de trocar genes com o
vírus humano, facilitando a tão temida mutação. Se ela ocorrer, um outro
e muito mais complexo plano de
contenção da doença terá de ser posto em marcha, em escala global.
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