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Segurança paulista
O PROCURADOR de Justiça e
ex-policial militar Antonio Ferreira Pinto assumiu a Secretaria da Segurança
Pública de São Paulo. Ocupará o
posto no lugar de Ronaldo Marzagão, que saiu desgastado após
diversas crises nos últimos dois
anos -os episódios incluem denúncias de corrupção envolvendo seu ex-secretário-adjunto e a
prolongada greve na Polícia Civil
do ano passado, que culminou
num confronto lamentável entre
grevistas e a PM.
O novo secretário estava no comando da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP)
desde maio de 2006, no governo
anterior, quando assumiu em
meio aos ataques da facção de
delinquentes chamada de PCC.
À frente da SAP, Ferreira Pinto
conseguiu diminuir as rebeliões
e as fugas nos presídios de maneira significativa.
O indicado pelo governador
José Serra tem fama de linha dura. A experiência em administrar
conflitos pode credenciá-lo a
lidar com dificuldades crônicas
na pasta: dar uma resposta eficiente sobre as acusações de corrupção e aumentar o controle sobre a corporação. Suas primeiras
iniciativas, conforme declarou à
Folha, incluem inteirar-se sobre
a "crise que se instalou recentemente".
Um aspecto questionável de
sua gestão na SAP, por outro lado, foi a relutância em prestar
contas. Na sua administração,
Ferreira Pinto proibiu a divulgação do número de presos nas
unidades e de conflitos e mortes
em cadeias. É difícil vislumbrar
na publicação de dados tão genéricos quanto esses o risco -sempre alegado na defesa do sigilo-
de que sirvam de instrumento
para facilitar a atuação de bandos criminosos.
A estratégia do silêncio, vale
lembrar, comumente se torna
mero pretexto para esconder do
público dados que revelem abusos e desvios cometidos dentro
do sistema de segurança pública.
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