São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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PAINEL DO LEITOR

Dossiê Caribe

"Não posso me omitir diante das inverídicas informações constantes da reportagem "Depoimento envolve irmão de Collor" (Brasil, 20/4).
Não dei aos repórteres nenhuma informação, nem a qualquer outra pessoa, que possa me ligar a esse tal dossiê Caribe. Não nego que mantenha relação de amizade pessoal e familiar com o sr. Leopoldo Collor, por mais de dez anos; entretanto, com ele nunca tratei de assuntos políticos e muito menos dos assuntos mencionados.
Com alusão à possível relação de amizade com os srs. Oscar de Barros e José Maria Teixeira Ferraz, conheci-os no ano passado em uma cafeteria em Miami e os vi por mais umas duas ou três vezes, não tendo com eles nenhum grau de intimidade.
O que mais me chocou na reportagem foi o meu envolvimento com pessoas que nunca vi em minha vida, como Naji Nahas, Gilberto Miranda, Antonio Carlos Magalhães e Paulo Maluf. Também desconheço a existência de um advogado chamado Jack Rubino, que teria em seu poder um depoimento feito por mim."
Luiz Claudio Ferraz Silva (Miami, Flórida, EUA)
Nota da Redação - A Folha teve acesso, mais de uma vez, ao depoimento de Luiz Claudio Ferraz Silva, assinado por ele, no qual relatou seu contato com políticos e empresários brasileiros a respeito do dossiê Caribe. Quanto ao nome do advogado, leia a seção "Erramos", abaixo.

Comemorar ou não?

"Não faz sentido alimentar polêmicas que não levam a lugar nenhum em torno das comemorações do quinto centenário do Descobrimento.
Naturalmente seu alvo não pode ser a pilhagem e a segregação étnica, o erro e a ignomínia das classes dirigentes, o abuso e a exploração. Como também não pode ser o esmagamento dos autóctones e o calvário dos navios negreiros, a cilada e a traição, o cativeiro e a preagem dos nativos.
O que interessa é mostrar o orgulho pelo que somos -e trazer à memória os que contribuíram para isso. O que não significa que tenhamos de transformar necessariamente a efeméride numa apologia sinfônica e esquecer o sofrimento e a destruição."
Antonio Gomes da Costa (Rio de Janeiro, RJ)

Festa ou velório

"O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a festa dos 500 anos não deve ser um convite a um velório. O Descobrimento deu início ao extermínio de 5 milhões de índios. O que diríamos se grupos nazistas organizassem uma festa para comemorar o início da Segunda Guerra Mundial, que resultou no Holocausto?"
Jakow Grajew e Oded Grajew (São Paulo, SP)

Salário mínimo

"A nova "vedete" ultimamente tem sido o salário mínimo. De um lado trabalhadores quase mendigam por um aumento de R$ 15 e, do outro, um governo que concede um teto salarial de mais de R$ 10 mil. O mesmo governo argumenta: "O INSS não suporta um aumento de R$ 150 para o salário mínimo". Não suporta? Então feche para balanço, acabe com os "mortos-vivos", com a roubalheira geral, que sobrarão recursos."
Jupira Lucas Zucchetti (Campinas, SP)


Quase sem opção

"A podridão e o mar de lama no meio dos três Poderes são tantos que a população está como cego em tiroteio para a escolha dos seus representantes."
Jonas Rubinato (Sorocaba, SP)

Resposta

"Com relação às declarações do advogado da Emparsanco (Brasil, 16/4) reproduzidas na excelente reportagem do jornalista Frederico Vasconcelos sobre suspeitas cada vez mais fortes de direcionamento de licitações públicas no ABC, o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) tem a esclarecer o que se segue.
Atento à defesa do mercado de obras públicas, o sindicato impugnou, nas esferas administrativa e jurídica, a concorrência aberta pela Prefeitura de São Bernardo para obras nas vias públicas daquele município.
Tais ações, aprovadas em assembléia das empresas associadas do sindicato, visavam suspender as exigências ilegais do edital e o "empacotamento" de várias obras numa única concorrência, que ferem Constituição, a Lei de Licitações e a Lei Antitruste. É totalmente descabida a afirmação de que alguém ou alguma empresa estaria "usando" o sindicato para seus propósitos. A iniciativa da vice-presidência de Obras Públicas do Sinduscon-SP, ao propor a impugnação da licitação da Prefeitura de São Bernardo, foi uma atitude corajosa e firme, ligada aos princípios éticos de atuação do sindicato."
Sergio Porto, presidente do Sinduscon-SP (São Paulo, SP)

Crianças no mundo

"Fico admirada com o rebuliço da disputa do garoto Elián. Fico imaginando como Cuba conseguiu fazer com que as autoridades americanas se pronunciassem sobre o garoto cubano que está em solo americano.
Quero dar uma sugestão às autoridades brasileiras: entrem em contato com Cuba e aprendam como defender nossas crianças. Quem sabe assim consigamos fazer com que autoridades libanesas se pronunciem a respeito de dois garotos brasileiros que estão naquele país há dois anos e meio."
Vagna A. Bandeira Abbas (São Paulo, SP)

Réplica

"Com respeito à carta "Polícia" ("Painel do Leitor", 17/4), em que o leitor Bernardo Mendes observa que há um nó górdio na segurança pública causado pela atual estrutura das Polícias Militares, esclarecemos que o sistema militar é a estrutura administrativa sobre a qual está alicerçada a instituição e que é justamente esse modelo de administração que tem permitido que a PM-SP mantenha afastado o enraizamento do crime organizado, havendo apenas irregularidades de integrantes da corporação isoladamente, comportamentos prontamente rechaçados e exemplarmente punidos."
Renato Penteado Perrenoud, chefe interino da seção de relações públicas da PM-SP (São Paulo, SP)


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