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CRISE LATINA
Os países latino-americanos
implementaram grande parte
das políticas e das reformas estruturais sugeridas pelas instituições multilaterais, como BID e FMI, e pelos
governos dos principais países industrializados. Essa agenda, que se
generalizou na década de 90, previa,
entre outras recomendações, privatização, desregulamentação do mercado financeiro e maior abertura
econômica. Tais políticas deveriam
resultar na retomada do desenvolvimento econômico e social após a
chamada "década perdida".
Não foi o que aconteceu. Os dados
mais recentes divulgados pelo Banco
Mundial (Bird) mostram que os ciclos econômicos dos países latino-americanos ficaram subordinados
aos fluxos internacionais de capitais,
com tendência declinante. Em 1999,
a retração dos capitais resultou em
uma taxa de crescimento médio de
0,1% nos países da região. Em 2000,
com a retomada dos fluxos, o crescimento foi de 3,7%. Em 2001 e 2002,
com o aprofundamento da crise argentina, brasileira e venezuelana, os
fluxos retraíram e a economia regional voltou a cair -atingindo 0,3% e
-0,6%, respectivamente. Em 2003, as
baixas taxas de juros e a liquidez internacional reduziram a aversão ao
risco, permitindo uma expansão dos
capitais. Os países cresceram 1,3%.
Para 2004, o Bird projeta expansão
em torno de 3,8%, mas, apesar da
melhora nas perspectivas, o próprio
banco avalia que as economias latino-americanas continuam vulneráveis a choques externos. Nesse contexto, a instituição recomenda que os
países se preparem para um aumento dos juros nos EUA e evitem empréstimos externos, especialmente
os de prazos mais curtos.
É relevante também que as economias da região reduzam suas vulnerabilidades externas com a busca de
saldos comerciais crescentes, aumento de reservas e o desenvolvimento de mercados financeiros domésticos. São decisões que podem
ajudar a diminuir a dependência dos
fluxos de capitais internacionais.
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