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Editoriais
Turbulência financeira
OS PREÇOS dos ativos financeiros globais têm apresentado grande volatilidade nos últimos dias. Essa instabilidade está associada a um conjunto de fatores como os temores de uma intensificação das
pressões inflacionárias, o movimento de alta nas taxas de juros
de curto prazo pelos principais
bancos centrais, preocupações
com o elevado déficit comercial
dos Estados Unidos e uma relativa tendência à desvalorização da
moeda americana.
Além disso, os mercados financeiros parecem duvidar da capacidade do novo presidente do Federal Reserve (o banco central
americano), Ben Bernanke, em
oferecer claras orientações sobre
o movimento futuro das taxas
básicas de juros. Nas últimas semanas, ele enviou sinais contraditórios. Os investidores estão
testando o novo "maestro" do
sistema financeiro.
Nesse contexto, os dados da inflação norte-americana foram o
combustível que fomentou o
comportamento mimético dos
investidores no mundo todo. O
núcleo do índice de preços ao
consumidor subiu 0,3% em abril,
quando se esperava 0,2%.
Isso desencadeou uma reorganização dos portfólios dos grandes investidores. Os mais agressivos desmontaram algumas
operações de arbitragem de juros. Nessas transações, eles tomam recursos em moedas que
remuneram com taxas de juros
baixas para realizar aplicações
em mercados com juros elevados, no qual o Brasil é o destaque.
Alguns fundos de aplicadores
aproveitaram também para realizar seus lucros com a alta das
ações, dos juros e das moedas dos
países emergentes ocorridas durante os primeiros meses do ano.
Venderam os papéis, e seus preços caíram.
A despeito dessa instabilidade,
as avaliações sobre o desempenho da economia internacional
continuam positivas.
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