São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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Editoriais

Turbulência financeira

OS PREÇOS dos ativos financeiros globais têm apresentado grande volatilidade nos últimos dias. Essa instabilidade está associada a um conjunto de fatores como os temores de uma intensificação das pressões inflacionárias, o movimento de alta nas taxas de juros de curto prazo pelos principais bancos centrais, preocupações com o elevado déficit comercial dos Estados Unidos e uma relativa tendência à desvalorização da moeda americana.
Além disso, os mercados financeiros parecem duvidar da capacidade do novo presidente do Federal Reserve (o banco central americano), Ben Bernanke, em oferecer claras orientações sobre o movimento futuro das taxas básicas de juros. Nas últimas semanas, ele enviou sinais contraditórios. Os investidores estão testando o novo "maestro" do sistema financeiro.
Nesse contexto, os dados da inflação norte-americana foram o combustível que fomentou o comportamento mimético dos investidores no mundo todo. O núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 0,3% em abril, quando se esperava 0,2%.
Isso desencadeou uma reorganização dos portfólios dos grandes investidores. Os mais agressivos desmontaram algumas operações de arbitragem de juros. Nessas transações, eles tomam recursos em moedas que remuneram com taxas de juros baixas para realizar aplicações em mercados com juros elevados, no qual o Brasil é o destaque.
Alguns fundos de aplicadores aproveitaram também para realizar seus lucros com a alta das ações, dos juros e das moedas dos países emergentes ocorridas durante os primeiros meses do ano. Venderam os papéis, e seus preços caíram.
A despeito dessa instabilidade, as avaliações sobre o desempenho da economia internacional continuam positivas.


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