São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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VALDO CRUZ

Sinais trocados

BRASÍLIA - O caos na segurança pública em São Paulo foi mais um dos revezes sofridos pela campanha eleitoral tucana, talvez o maior deles. O fato é que, até aqui, deu tudo errado para o PSDB.
Eles descartaram o melhor candidato, num processo recheado de desgastes, que ainda lança dúvidas sobre a real disposição do preterido José Serra em ajudar Geraldo Alckmin a conquistar o Planalto.
O PFL imitou seu aliado. Rachou e optou pelo senador José Jorge como candidato a vice. Aquele que não contava com a simpatia de Alckmin, que considerava José Agripino Maia melhor companheiro de chapa.
O terror nas ruas de São Paulo não só trincou a imagem de competência e segurança do ex-governador paulista como também gerou um tiroteio entre os pefelistas e os tucanos.
Cláudio Lembo, sentindo-se abandonado, mirou em seu ex-companheiro de Palácio dos Bandeirantes. E tome mais divisão.
Do outro lado, Lula, dado como morto em 2005, mantém-se como favorito na eleição de outubro -apesar de toda a crise ética ter derrubado boa parte de sua equipe.
Um baita sinal trocado na avaliação dos que vivem de analisar eleições. O bom gerente não decola e passa a ter questionada a sua capacidade administrativa. O gestor inepto, que nada sabe, cresce nas pesquisas.
Um cenário péssimo para o PSDB. Os alckmistas, porém, vaticinam: o tucano reage após a Copa do Mundo e encosta em Lula com o horário eleitoral na TV.
Antes, porém, terá de juntar os cacos de sua aliança. Serra sofreu com o corpo mole de pretensos aliados na eleição presidencial de 2002. Perdeu. Alckmin corre o mesmo risco. Com um agravante: tem mais gente louca para trabalhar contra.


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