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VALDO CRUZ
Sinais trocados
BRASÍLIA - O caos na segurança
pública em São Paulo foi mais um
dos revezes sofridos pela campanha
eleitoral tucana, talvez o maior deles. O fato é que, até aqui, deu tudo
errado para o PSDB.
Eles descartaram o melhor candidato, num processo recheado de
desgastes, que ainda lança dúvidas
sobre a real disposição do preterido
José Serra em ajudar Geraldo Alckmin a conquistar o Planalto.
O PFL imitou seu aliado. Rachou
e optou pelo senador José Jorge como candidato a vice. Aquele que
não contava com a simpatia de
Alckmin, que considerava José
Agripino Maia melhor companheiro de chapa.
O terror nas ruas de São Paulo
não só trincou a imagem de competência e segurança do ex-governador paulista como também gerou
um tiroteio entre os pefelistas e os
tucanos.
Cláudio Lembo, sentindo-se
abandonado, mirou em seu ex-companheiro de Palácio dos Bandeirantes. E tome mais divisão.
Do outro lado, Lula, dado como
morto em 2005, mantém-se como
favorito na eleição de outubro
-apesar de toda a crise ética ter
derrubado boa parte de sua equipe.
Um baita sinal trocado na avaliação dos que vivem de analisar eleições. O bom gerente não decola e
passa a ter questionada a sua capacidade administrativa. O gestor
inepto, que nada sabe, cresce nas
pesquisas.
Um cenário péssimo para o
PSDB. Os alckmistas, porém, vaticinam: o tucano reage após a Copa do
Mundo e encosta em Lula com o
horário eleitoral na TV.
Antes, porém, terá de juntar os
cacos de sua aliança. Serra sofreu
com o corpo mole de pretensos aliados na eleição presidencial de 2002.
Perdeu. Alckmin corre o mesmo
risco. Com um agravante: tem mais
gente louca para trabalhar contra.
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