São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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FERNANDO RODRIGUES

O tempo das mudanças

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar em público sobre acabar com a reeleição e aumentar o mandato presidencial para cinco anos. Dentro do Congresso, não há ainda clareza sobre o melhor momento para colocar o plano em prática.
Há duas possibilidades: 1) no segundo semestre deste ano ou
2) no segundo semestre do ano que vem, logo depois das eleições municipais. "A emenda da reeleição foi aprovada só no terceiro ano do mandato de Fernando Henrique Cardoso", lembra o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, especialista em Congresso.
FHC esperou a passagem das eleições nas cidades em 1996 para dar sinal verde a seus aliados dentro do Congresso. Tudo ficou acertado até dezembro daquele ano. No final de janeiro de 1997, a Câmara aprovou a emenda da reeleição -com as conhecidas fraudes.
Mesmo com a popularidade nos cornos da Lua, FHC travou uma espécie de batalha sangrenta para aprovar a emenda da reeleição. Foi duro ganhar a parada, embora o Plano Real permitisse à época que a empregada do presidente da República passasse férias na Grécia. Lula hoje desfruta de grande popularidade. O real está valorizado.
Muita gente está passeando no exterior. Ainda assim, não deve ser uma tarefa das mais simples fazer a alteração na Constituição. Para começar, há uma completa falta de consenso a respeito do tema entre os aliados lulistas dentro do Congresso. Muitos gostam da idéia de acabar com a reeleição.
Mas o mandato ficaria de quatro ou de cinco anos? Ninguém sabe.
O já citado Michel Temer, por exemplo, defende o fim da reeleição com um mandato de seis anos -"também para os outros cargos no Legislativo", diz ele.
Tudo somado, a reeleição pode até ser extinta. Só não se sabe como, quando e a que preço para Lula.

frodriguesbsb@uol.com.br


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