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APOIO COERENTE
Começam a sair do papel medidas para responder à retração
da oferta de crédito externo aos exportadores brasileiros. Já a partir da
próxima semana os exportadores terão acesso a créditos que poderão somar US$ 2 bilhões, originados do repasse de dólares do Banco Central.
A medida é bem-vinda, assim como a rapidez na sua implementação.
A falta de crédito prejudicava a capacidade da nossa economia de obter
dólares por conta própria, exportando. Mas claramente a medida é só
um paliativo num quadro de escassez de dólares que continua grave.
Outra iniciativa que vem sendo
anunciada é a realização de encontros entre nossas autoridades econômicas e representantes de bancos internacionais. O objetivo dos encontros seria convencer os bancos a reabrir ou a manter as suas linhas de
crédito aos exportadores brasileiros.
As chances de sucesso dessa iniciativa serão muito maiores se a equipe
econômica brasileira conseguir engajar na discussão as autoridades
monetárias dos países ricos. Uma
das principais razões da retração do
crédito comercial ao Brasil foi o endurecimento, determinado exatamente pelos bancos centrais e pelas
instituições de regulação bancária
dos países ricos, dos critérios de classificação do risco atribuído aos créditos a países emergentes.
Ou seja, a redução da disposição
dos bancos internacionais de emprestar ao Brasil foi em parte induzida pelos bancos centrais dos EUA e
da Europa. Será difícil coordenar a
reversão dessa posição mais cautelosa dos bancos privados sem contar
com o apoio dessas autoridades.
Já está claro que o acordo com o
FMI não reanimou os bancos e investidores privados a ofertar crédito ao
Brasil. E, sem alguma retomada do
crédito privado, o empréstimo do
FMI é insuficiente para sanar a escassez de dólares no Brasil. Logo, o
abrandamento dos critérios de classificação de risco impostos pelos
principais bancos centrais tornou-se
um requisito para que o empréstimo
do FMI possa efetivamente ajudar a
reverter a crise cambial brasileira.
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