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Riscos explícitos
ESPERA-SE que as regras a
serem divulgadas em
breve pela Comissão de
Valores Mobiliários
(CVM), responsável pela regulamentação do mercado de ações e
debêntures, permitam maior
clareza sobre a atuação das empresas de capital aberto.
No segundo semestre de 2008,
grandes empresas brasileiras tiveram perdas agudas e milionárias em operações com derivativos -aplicações especulativas
que podem resultar em elevados
prejuízos diante de oscilações do
mercado financeiro.
Na ocasião, ficou dramaticamente provado que as informações disponíveis aos acionistas
das companhias não permitiam
vislumbrar os imensos riscos envolvidos em tais operações. Após
o estrago, a CVM editou norma
obrigando a um maior detalhamento da atuação financeira das
empresas de capital aberto.
Agora, a comissão está prestes
a emitir uma norma consolidada
a respeito do conjunto de informações a serem prestadas pelas
companhias. Segundo a CVM, a
prestação de contas deverá permitir inclusive a comparação da
política de gerenciamento de riscos entre diferentes empresas
por analistas do mercado -elemento crucial para embasar as
decisões dos investidores.
Também positivo é o fato de
que as empresas deverão explicitar a política de remuneração do
conselho de administração, da
diretoria e do conselho fiscal. O
valor da maior e da menor remuneração individual dentro de cada órgão, bem como a média dos
pagamentos, deverá ser divulgado. O mercado de capitais será
crucial para apoiar a retomada
da economia no cenário de inflação e juros mais baixos. Sem explicitarem exatamente os riscos
em que estão incorrendo, as empresas não conquistarão a confiança dos investidores, necessária para essa nova etapa do desenvolvimento nacional.
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