São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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CLÓVIS ROSSI

Nem no Brasil

LISBOA - Jogaram, no sábado, Benfica e Porto, no maior clássico do futebol português. Deu Porto, 1 a 0.
"Não foi o Porto que ganhou, foi o juiz", reclama o segurança do Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, enquanto espera o término da reunião entre ministros do Mercosul e da União Européia.
Frase típica de torcedor fanático, que remete às queixas contra o juiz, que teria deixado de marcar um gol para o Benfica (a bola teria entrado, coisa que o teipe não deixa claro) e dois pênaltis a favor da equipe lisboeta (ou equipa, como preferem os portugueses).
Foi um escândalo maiúsculo, tanto que o zagueiro Luisão (brasileiro que joga no Benfica) soltou uma frase que virou manchete no jornal esportivo "A Bola".
"Nunca vi uma coisa dessas. Nem no Brasil!", explodiu.
Nem no Brasil. Que coisa, hein? É o mesmo que dizer que, no Brasil, a gente vê coisas de que até Deus duvida. Toda e qualquer esculhambação é perfeitamente possível.
Depois, ainda tem gente que reclama da imagem que o Brasil tem no exterior, que culpa jornais britânicos, por exemplo, por traçarem retratos supostamente injustos da pátria amada.
Luisão não é propriamente um filósofo ou um antropólogo. Apenas vive a vida, joga o jogo, é um profissional, enfim, com vivência daquém e dalém-mar.
Por isso mesmo é capaz de uma definição tão definitiva.


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