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FERNANDO RODRIGUES
PSDB encalacrado
BRASÍLIA - A pesquisa Datafolha publicada hoje deve aumentar o risco
de cizânia no PSDB. Os números confirmam que 1) Lula segue em recuperação, 2) Serra continua numericamente como candidato mais forte a
ser o anti-Lula e 3) que, se o nome tucano for o de Geraldo Alckmin, o PT
tem chance de liqüidar a disputa a
seu favor já no primeiro turno.
Na vida real, a situação para os tucanos é outra. Alckmin não arreda
pé. Quer ser o candidato. Só abre
mão se for derrotado numa disputa
interna formal, algo que não ocorrerá no PSDB.
Sem saber o que fazer, a cúpula tucana passou a emitir sinais variados.
FHC (anteontem) e Tasso Jereissati
(ontem) curiosamente agora admitem a realização de prévias. Bobagem. Não haverá prévias.
A José Serra não interessa entrar
numa disputa fratricida pela vaga de
candidato. "Tenho muito a perder",
repete ele a quem toca no assunto. O
prefeito de São Paulo continuará a
esticar a corda. Vai esperar que o
partido decida se o escolhe (com 31%
no Datafolha) ou se fica com Alckmin (cuja marca é 17%).
Até onde a vista alcança, Alckmin
não tem na cabeça a idéia de desistir.
Ao contrário de Serra, o governador
de São Paulo nada tem a perder.
Mesmo um fracasso na corrida presidencial o torna nacionalmente conhecido. Credencia-se para 2010.
Serra tem repetido que precisa de
um consenso. De um apelo do partido a seu favor para que renuncie à
Prefeitura de São Paulo.
Do jeito que as coisas andam, se a
cúpula prefere mesmo Serra, terá de
montar um movimento para ir primeiro a Alckmin pedindo a ele que
saia da disputa.
Só que ontem estiveram com o governador paulista FHC, Tasso e Aécio Neves -o triunvirato tucano.
Ninguém se arriscou a propor uma
desistência. Em resumo, o PSDB está
encalacrado, e os seus dirigentes se
mostram ineptos para encontrar
uma saída. Enquanto isso, Lula ri,
solta foguetes e comemora.
@ - frodriguesbsb@uol.com.br
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